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Um tempo de infância II

  • Junho 1, 2022
  • História
  • Ernesto Lauer

Companheiros garbosos marchemos
Com a fronte voltada ao azul
Demonstrando o que todos sabemos
Exaltar o Rio Grande do Sul
Nosso ginásio de São João Batista
Há de brilhar como brilha a luzeiro
Pois os formados em prédio marista
São hoje a glória do povo brasileiro (…)
O seu Arno, meu pai, foi orientado a matricular o filho na quinta série primária do Ginásio São João Batista. O objetivo era bem prepará-lo para o famigerado exame de admissão ao curso ginasial. Assim foi dito e assim foi feito.

Em março de 1957, o caminho da escola já não era mais tanto a subir. Tudo novidade; novos colegas, novo espaço e um belo campo de areia para jogar futebol. Subir em fila, em absoluto silêncio, escolher a classe, guardar a pasta e rezar terço; coisas que até então não imaginava.

Para cada matéria um caderno. Alguns lápis e um bom apontador; a caneta tinteiro só aconteceu tempo depois. Todos os dias recebíamos de dois a três temas, feitos nos cadernos respectivos e entregues ao marista/regente no fim da aula, para correção.

Num dos primeiros sábados, o Irmão Diretor entrou na sala de aula; todos levantamos e cumprimentamos: “Viva Cristo”, ao que ele respondeu: “Rei” e nos mandou sentar. Então outra surpresa. Ele começou a ler as notas semanais de cada aluno e o número de pontos obtidos nos temas, com nota na aplicação e no comportamento.

Neste primeiro resultado, eu obtive o quinto lugar, alcançando 80 pontos na semana, com 10 tanto no comportamento quanto na aplicação (quem sempre tirasse 9 ou 10 durante as semanas, no fim-do-ano receberia uma medalha). Este resultado era escrito na caderneta escolar e o pai tinha que assinar.

O ano correu com muita dedicação; resultado final satisfatório, com aprovação. Agora enfrentar o exame de admissão. Lá fomos nós. O exame desdobrava-se em provas escritas e orais. Deste passado estudantil recordo a prova oral de história, na banca, o professor José Carlos Cardoso de Oliveira.

Sentei, sorteei o ponto e caiu Entradas e Bandeiras. Eu sabia e falei direitinho; ganhei nota nove. No cômputo geral também fui aprovado e considerado apto para o primeiro ano do curso ginasial. Fiquei muito contente. No dia da entrega das cadernetas e Menção Honrosa, ganhei uma medalha e fui tirar foto (no seu Rupfin – Foto Rex), para colocar na menção honrosa.

Há detalhes que não posso olvidar. Logo no começo do ano escolar, como éramos novos no educandário marista, fomos obrigados a decorar, para depois cantar, dois hinos: o do colégio e o de Champagnat (Marcelino José Bento), fundador da Congregação Marista. Estes hinos eram cantados nas solenidades oficiais do colégio.

“De Champagnat saudemos a memória/ da mocidade augusta o benfeitor/ suba aos céus um hino de vitória/ de gratidão ao santo fundador”. Esta estrofe é a lembrança que ainda guardo comigo e, vez por outra, recordo a música com o Pedrinho Vianna.

O ensino obrigatório acabava no curso primário. Um considerável número de colegas do Grupo Escolar o concluiu e foi para o mercado de trabalho; aprenderam profissões, como pedreiro, mecânico, soldador etc… Não continuaram os estudos, pois os pais não tinham dinheiro para pagar – Depois alguns continuaram estudando, graças ao Reverendo Ernesto Bernhoeft que fundou o Ginásio Jacob Renner

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