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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…

  • Junho 7, 2022
  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Mariano Romeiro

O Convento de São Francisco, em Santarém, é um dos melhores exemplares do gótico em Portugal. Fundado em 1242, por D. Sancho II integra-se na corrente “mendicante”, visível na amplitude do espaço, vãos altos assentes em pilares finos e ornamentação escultórica rara e sóbria.

O edifício possui na sua estrutura sinais marcantes das várias épocas, do gótico ao barroco, passando pelo manuelino e renascença. Do período inicial restam boa parte da volumetria e os elementos estruturais mais importantes. Ao longo dos séculos o Convento foi sucessivamente alterado e melhorado, como é o caso do claustro, da transformação radical do cruzeiro e em diversas capelas do interior da igreja, das quais ainda restam elementos decorativos de grande qualidade, como o arco renascentista da Capela de Santa Ana ou a traça maneirista da Capela das Almas e o panteão dos Meneses, obra do arquiteto Pedro Nunes Tinoco. Na nave central, encontra-se o coro alto, patrocinado pelo rei D. Fernando para albergar o seu próprio túmulo e o de sua mãe, D. Constança (séc. XIV). Esta estrutura é marcada por um exuberante programa decorativo que contrasta com a simplicidade do resto da igreja gótica.

O IPPAR, em 1917, classificou-o como Monumento Nacional.

 

Em pouco mais de um século passado, esta joia da arquitectura portuguesa, no coração da capital do Ribatejo, transformou-se em palco de espectáculos. Dado o contexto do espaço e a sua história, nada nos levaria a imaginar que poderia vir a tornar-se num local de cariz profano, como o espectáculo que se realizou no dia 24 de abril, para celebrar a revolução dos cravos.

 

Apresento este facto sem juízos de valor, mas desafio o leitor a tentar compreender a estratégia que lhe está inerente.

Avalie se será ou não aviltante introduzir o profano num espaço que foi de oração, contendo ainda restos mortais de antepassados insignes e ilustres. Não estão ao mesmo nível, um faz parte dum plano transcendente e divino, outro apela e procura promover atitudes, palavras e músicas que não serão as mais indicadas para um monumento com esta riqueza, em respeito pela história, pelas nossas tradições e valores.

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