“Não me temo de nada| D’onde guerra inda não soa, | Mas temo-me desta Lisboa, que ao jeito “duma cultura de morte”| O reino nos despovoa.”
Não obstante os muitos pareceres negativos, da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Advogados, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e de muitos outros, a Assembleia da República aprovou hoje, por maioria, a legalização da eutanásia em Portugal.
Cuidados continuados, melhor assistência na saúde e na doença, e os cuidados paliativos tão desejados como necessários, foram suplantados pela “imperiosa e urgente necessidade” de promover o suicídio assistido.
Porque matar é importante, num tempo em que nada mais urge, tornou-se uma prioridado no nosso país, uma obstinação ideológica, um verdadeiro “gesto político de que não há memória”…
Num mundo em sofriento provocado por pandemias, por guerras, por fome e inúmeras misérias morais, entende-se que matar é um acto de dignidade, tal como fomentar a promiscuídade sexual, aprovar a prostituição e fomentar toda uma degradação humana sem fim à vista.
Num tempo em que a ciência, a tecnologia e a multidisciplinaridade entre todas as áreas se conjugam numa ajuda humana integral, instiga-se à morte, como forma de salvação.
Tanta pressa para matar, porquê e para quê?
É, no mínimo, suspeito, muito suspeito, numa Assembleia, maioritariamente, obcecada por inversões…
Lisboa, 9 de Junho de 2022