“Vários são os âmbitos educativos: a escola, a família, os meios de comunicação, a catequese e outros. Uma boa educação escolar em tenra idade coloca sementes que podem produzir efeitos durante toda a vida. Mas quero salientar a importância central da família, porque é o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico. Contra a denominada cultura de morte, a família constitui a sede da cultura de vida. Na família cultivam-se os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida, como, por exemplo, o uso correcto das coisas, a ordem e a limpeza, o respeito pelo ecossistema local e a protecção de todas as criaturas. A família é o lugar da formação integral, onde se desenvolvem os distintos aspectos, intimamente relacionados entre si, do amadurecimento pessoal. Na família, aprende-se a pedir licença sem servilismo, a dizer “obrigado” como expressão duma sentida avaliação das coisas que recebemos, a dominar a agressividade ou a ganância e a pedir desculpa quando fazemos algo mal. Estes pequenos gestos de sincera cortesia ajudam a construir uma cultura da vida compartilhada e do respeito pelo que nos rodeia”.
Com estas palavras retiradas da Laudato Si, pretendo reforçar a ideia de que efectivamente a família é a sede do desenvolvimento de todas as virtudes humanas.
Pelo facto de nos dias de hoje algumas famílias viverem estados de crise profundas, não podemos generalizar afirmando que a família está em crise. Há e haverá sempre muitas famílias concretas felizes, satisfeitas, unidas e alegres como também outras, que por diversos motivos, sofreram o desmoronamento dos seus membros.
Porém mesmo nestas circunstâncias, habitualmente a tendência é, após uma desilusão ou um desgosto, o regressar ao ambiente da família em busca duma tranquilidade e segurança necessárias para se refazerem do desgosto ou desilusão sofrida. Meditemos pois nestas singelas palavras do Papa Francisco.
Na realidade, não podemos qualificar uma família com conceitos ideológicos, nem falar de família conservadora ou progressista. A família é família!