Carlos I da Áustria e IV da Hungria ou Carlos I de Habsburgo-Lorena nasceu no dia 17 de Agosto de 1887 em Persenbeug (Baixa Áustria) e morreu no Funchal, no dia 1 de Abril de 1922, junto de sua esposa a imperatriz Zita e dos seus oito filhos.
O seu tio-avô, Francisco José I foi Imperador da Áustria de 1848 a 1916. O herdeiro directo do trono era Rodolfo de Habsburgo, filho único de Francisco José. Porém, a 30 de janeiro de 1889, Rodolfo foi encontrado morto na sua residência de campo em Mayerling (Áustria). Ficando sem sucessor Francisco José confiou a linha sucessória ao seu sobrinho, o arquiduque Francisco Fernando, que passou a ser o herdeiro presuntivo do trono. Em 28 de junho de 1914, numa visita a Sarajevo, Francisco Fernando foi assassinado, facto que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.
Nestas circunstâncias Carlos, enquanto sobrinho-neto de Francisco José, veio a tornar-se herdeiro do trono em 21 de novembro de 1916, com o falecimento do Imperador.
Num contexto europeu profundamente laico ou mesmo anticatólico, Carlos da Áustria procurou em todos os campos negociar a paz, missão impossível entre potências ávidas de poder temporal e belicosamente entregues a estratégias de traições, ódios e mentiras.
Obrigado a exilar-se, foi recebido na Ilha da Madeira, Funchal, onde viveu os seus últimos dias, na companhia da sua esposa, a imperatriz Zita e dos seus oito filhos, em difíceis condições, não obstante as ajudas que lhe foram propiciadas, mas os tempos também eram de míngua, naquela Ilha e em toda a Europa.
Educado no cristianismo, sempre se manteve profundamente crente, piedoso e empenhado nas suas obrigações enquanto monarca, mesmo no exílio, quando a seu pedido lhe foi concedido ter na sua pequena e húmida casa da Quinta do Monte, uma Capela com o Santíssimo, onde passava todo o tempo que podia, em oração.
Carlos I foi beatificado em Roma pelo Papa João Paulo II, a 3 de Outubro de 2004.No dia 21 de outubro, a Igreja Católica celebra a memória do Beato Carlos da Áustria.
*IMPERADOR CARLOS DA ÁUSTRIA, Vida e obra do último imperador austro-húngaro. Seu exílio e morte na Madeira e beatificação, de TEODORO DE FARIA, ALETHEIA – EDITORES