O norte de Moçambique, em especial a província de Cabo Delgado, tem sido afectada pela violência de grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, o Estado Islâmico, e que desde Outubro de 2017 já causou mais de 3000 mortos e mais de 800 mil deslocados. Toda esta situação tornou Moçambique num país prioritário para a Fundação AIS. Graças à solidariedade dos benfeitores da instituição tem sido possível apoiar as dioceses mais atingidas pelo terrorismo com projectos de assistência pastoral e de apoio psicossocial, mas também no fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, centros comunitários e ainda a aquisição de veículos para os missionários. Numa altura em que notícias de novos ataques voltam a sobressaltar o norte de Moçambique, é bom saber que a Igreja está presente junto destas populações que tanto têm sofrido…
Quando os ataques dos terroristas se tornaram muito frequentes a única alternativa era fugir para o mato e procurar água para beber. Montepuez é um campo de deslocados, um somatório de casas construídas com paus entrelaçados, colmo e barro.
São muitas as Ordens consagradas que ali se deslocam para dar apoio, alimentos e a Palavra de Deus. “Tivemos a graça de levar connosco cerca de 1000 terços e 1000 imagens do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria para distribuir, juntamente com os alimentos – destinados a mais de 1000 famílias – tudo subsidiado pela AIS, a Ajuda à Igreja que Sofre.” Num dos campos, depois de tanta perseguição e sofrimento, de joelhos, rezaram e participaram numa procissão com uma imagem de Nossa Senhora. É motivo para pensar por que motivo alguns se impressionam tanto com algumas guerras e descuram outras, esta especialmente, com povos tão ligados ao nosso passado, ao presente e também ao futuro…