Quando se percorre o rio da saudade
É porque nele mergulhamos fundo
E mesmo com o passar da idade
Sente-se a maior alegria do mundo! (Beijaflor)
Por vezes questiono minhas lembranças de momentos longe no tempo; Pode até parecer engraçado, mas tenho nitidamente presente circunstâncias de quando contava dois anos e pouco. Morávamos na casa do avô paterno, na Vila Scharlau; ele e meus pais trabalhavam na fábrica de calçados Madecal, de propriedade do senhor Oscar Bühler.
Seu Arno era cortador de couro (os sapatos eram feitos artesanalmente; com um molde, o couro era cortado – com uma faquinha muito afiada – no tamanho próprio ao calçado em confecção). Dona Luiza era montadora (montava o couro, já cortado, na forma de madeira). O vovô era o contramestre da fábrica – entendia muito da produção de sapatos.
Dê valor aos momentos e não às lembranças, porque o passado nunca volta.