Face a uma ideologia que nega a diferença e a reciprocidade natural do homem e da mulher, implementando a nível educacional planos de educação sexual que corroem e destroem as referências antropológicas, culturais, tradicionais e familiares, com consequências inevitáveis e gravosas para um salutar desenvolvimento da identidade pessoal propus-me ler este livro.
Numa explanação abrangente e concisa, não deixa de esclarecer sobre a raiz metafísica da diferença sexual, homem e mulher, duas modalidades nas quais se exprime e realiza a realidade ontológica da pessoa humana.
A negação desta dualidade implementa a noção de pessoa abstracta, já não um alguém, mas algo ou uma coisa, sem realidade pré-estabelecida nem referência de continuidade.
À luz duma ecologia humana e integral é ainda reiterado neste livro a importância da família, como lugar natural onde se dá a relação de reciprocidade e comunhão entre homem e mulher, num pacto de amor conjugal. A família não só é uma realidade antropológica, mas também social e cultural que precede a ordem sociopolítica do Estado, pelo que este tem de lhe dar o justo reconhecimento.
Aos pais cabe o direito primário e o soberano dever da educação completa dos filhos, incluindo a educação sexual e afectiva, competência insubstituível e inalienável, não delegável nos outros, nem permitindo a sua usurpação.
Dada a crise educativa em que estamos emersos, este livro torna-se muito oportuno, sem preconceitos nem permissões, mas definindo muito claramente entre a verdade do real e a ficção ideológica.
*HOMEM E MULHER OS CRIOU, PARA UMA VIA DE DIÁLOGO SOBRE A QUESTÃO DO GENDER NA EDUCAÇÃO, da CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA