Confesso ser um dos mais entusiastas apoiadores do General Hamilton Mourão para qualquer cargo eletivo que ele resolva disputar, devido à sua trajetória de capacitação e honradez durante a sua vida militar, primeiro, e depois na política. Mas infelizmente um perfil político de tal magnitude geralmente não costuma ter muito sucesso na política brasileira.Basta conferir a “nominata” dos que aí estão para se verificar essa verdade. Palhaços de toda espécie de circo são aquinhoados com cargos políticos eletivos mais facilmente do que grandes homens com currículo similar ao do General Mourão, que inclusive chegou a ser “corrido” do Comando Militar do Sul ,no Governo Temer, a pedido de um senador, ex-terrorista, que chegou a servir de motorista de outro terrorista, o guerrilheiro comunista marxista-leninista, Carlos Marighella.
Se isso não for o “fim-do-mundo”, certamente é “quase”. Registre-se que Mourão poderia ter resistido à sua “demissão”, a pedido do ex-terrorista, com muita facilidade, pois tinha sob seu comando a mais possante força militar do Brasil, que antigamente compunha o “3ª Exército”.
Mas creio que apesar da sua excepcional formação militar,o general foi de certa forma “ingênuo” ao meter-se nessa política, que não costuma “consumir” gente de tão alto gabarito. Concorrendo agora ao Senado, no Rio Grande do Sul, pelo Partido Republicanos, o atual Vice-Presidente Hamilton Mourão não tem conseguido alavancar a sua candidatura como mereceria. Segundo a última pesquisa do IPEC, ele tem 19% das intenções de voto, e à sua frente estão em primeiro lugar o ex-governador Olivio Dutra (com 28%), pelo PT, e em segundo lugar Ana Amélia Lemos (com 25%), pelo PSD. Nessas condições, parece-me que o maior ato de patriotismo que Mourão poderia demonstrar a essa altura dos acontecimentos seria na última hora RENUNCIAR à sua candidatura ao Senado, recomendando a transferência dos seus votos para Ana Amélia, não propriamente para que esta saísse vencedora na eleição para o Senado, mas para que ficasse de fora um homem que apesar de honrado e bom, representa politicamente o que há de pior na política do Rio Grande e do Brasil: o PT. Infelizmente são essas as regras do jogo. Se houvesse segundo turno nas eleições para senador, entre Olivio e Ana Amélia, esta última com certeza venceria, devido à migração da imensa maioria do eleitorado de Mourão para Ana Amélia. Essa vitória de Mourão,”num só turno”, seria “estratégica”. “Além”das urnas!!!