É uma enorme felicidade e uma honra ter a Cristiana como amiga! E já verão porquê.
Apresento-vos a Cristiana: ela é uma mulher dos seus trinta anos, casada e mãe de seis filhos. É alta, lindíssima, inteligente, culta, irradia simpatia, é alegre e comunicativa. A Cristiana não exerce nenhuma “atividade profissional”, “nenhuma, nada, nadica de nada”! Porque ela é uma daquelas mulheres modernas que optam por “ficar em casa” para cuidar da sua própria família como verdadeiras gestoras das mil e uma atividades, problemas e alegrias do dia-a-dia. E é a partir dessa catadupa de experiências vividas hora a hora que lhe advém a força e o dinamismo para pôr a render os talentos também para fora de casa, para muitos outros, em artigos que escreve, tertúlias, classes que organiza.
A Cristiana tem sido uma fonte de inspiração para muitos, e hoje mais do que nunca! Uma doença grave deu-nos a conhecer a Cristiana nessa outra realidade presente na nossa vida, e com ela contemplamos o desafio, ou melhor, a grandeza da dor.
Aconteceu na sequência do nascimento da sua sexta filha. Foram-nos chegando notícias: “Hoje, para além de dor, tenho dormência e falta de força nas pernas. Vou ser internada para fazer exames … tive dores que não passavam com nenhum medicamento. O que é preocupante é eu não sentir nem poder mexer as pernas.” E além das dores outra preocupação ainda mais intensa, a eterna preocupação da mãe: “uma coisa preocupante é a bebé estar num corredor longe de mim, cuidada por enfermeiras, e querem manda-la para casa … o meu marido está a ficar com as crianças em casa de seus pais. O que será uma solução a curto prazo e não a longo”. Mas, afinal, no meio das preocupações também os momentos de alegria “o marido está a aguentar-se bastante bem com as crianças e a conseguir gerir a situação, o que me deixa tranquila… Hoje veio cá um padre amigo confessar-me e dar comunhão!!! Até chorei ao receber a comunhão. Que força incrível!”
E não é justamente na dor que vivemos os grandes momentos de descoberta, verdadeiros momentos de Graça? Assim aconteceu com a Cristiana. Teve a experiência desafiante da verdadeira compaixão: “já se sabe o que aconteceu, já se viu a trajetória de inflamação da superfície da pele para a coluna. Já toda a gente sabe quem foi a anestesista. Só imagino como ela se deve estar a sentir. Eu não os culpo…ser médico, especialmente de certas especialidades, é uma grande responsabilidade. Nada disto me perturba.” Viveu até ao limite, o verdadeiro amor dos esposos, o amor como modo de ser, “na saúde e na doença” e com esta “descoberta” o desejo muito prático de a transmitir a outros da forma mais concreta, sem subterfúgios, indo à realidade da vida: “Hoje o intestino funcionou pela primeira vez. Estava preocupada com o facto de ele estar parado/paralisado tanto tempo. Infelizmente funciona involuntariamente, por isso tenho que usar fraldas. Um dia se voltar a dar conferências a jovens sobre amor/namoro gostaria de dizer “casem com um homem que pergunte à enfermeira como deve mudar a vossa fralda e diga que é a maior honra da vida dele. Isso é amor incondicional. Temos descoberto que não é nos tempos de bonança que o amor cresce. É nos tempos de prova.”
A vida no seu esplendor: a alegria e a dor, a descoberta e o impulso para a fazer chegar a muitos e sempre a Graça. Obrigada, Cristiana!