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Ciranda da Vida – Meus vizinhos II

  • Outubro 30, 2022
  • Cultura
  • Ernesto Lauer

Minha rua de chão batido

Guris jogando bola,

Brincando de esconde-esconde

Lutando de mocinho

 

Brinquedos em madeira

Feitos por mãos imberbes

As crianças da minha rua

Seguiram brincando

Enquanto o tempo lhes permitiu.

 

Na ciranda da vida, continuo minha trajetória, sempre envolto pelas brumas da imaginação. Não tenho como descortinar nuances de fatos do passado; reavivar por traços incertos da memória, envolta na nebulosidade do tempo. Verdadeiro o pensamento de Oscar Wilde: “A incerteza que nos fascina. Tudo é maravilhoso entre brumas”.

Caminhando, vou descer mais um pouco, quem sabe até o prédio do Hotel Montenegro. Depois da família Michels encontro a casa do Fridolino Endres, casado com a dona Valesca e pais do amigo Hélio, grande eletrotécnico, hoje aposentado. O seu Endres também tinha caminhão, necessário para o transporte de pedras e lajes de sua pedreira, localizada nos Pinheiros ou em Alfama, Ele veio a óbito ainda em plena idade.

A dona Valesca merecia um carinho todo especial de minha parte; ela era irmã do seu Júlio, que conheci na Vila Scharlau, vizinho da minha avó paterna. Os dois eram especiais; o Júlio sempre me dava atenção e balas, quando pequeno; isto me marcou muito e guardo grata lembrança dos dois irmãos. O Hélio Endres casou com a Diva Steigleder, irmã do colega Ivo; são pais de duas filhas e um moço, meu vizinho atual.

No seguimento, a casa que o Dr. Délcio Andrade construir para residência da família. Deles lembro muito pouco; ele faleceu em um acidente aéreo, que também vitimou o diretor-gerente da Tanac SA, Tobjörn Weibull, ocorrido em data de 10 de novembro de 1952.

A casa foi vendida para Eugen Granitoff. Ele era um “gentleman”. Aprendi a conhecê-lo quando veio morar no prédio; filho de pais russos. Foram apelidados de russos brancos, durante a Revolução Comunista de 1917. A luta entre brancos e vermelhos (comunistas) foi sangrenta, com perseguições em massa. Os pais de Eugen deixaram o país, embarcando em navio de bandeira Inglesa; nasceu neste navio, no dia 17 de abril de 1920. Pelo Direito Internacional Público, quem nasce em um navio, adota a nacionalidade da bandeira da embarcação. Pode, também, ser registrado no primeiro porto, ou no Consulado do país de origem.

Em verdade, Granitoff sempre se considerou brasileiro. Era membro da Igreja Ortodoxa Russa; jamais conheceu a Rússia, mas falava russo e conhecia sua história como ninguém. Em 24 de janeiro de 1954 casou com Maria Olívia e tiveram quatro filhos: Célia Maria, Alexander, Nina e Wladimir. Fundou o primeiro laboratório de análises clínicas em nosso município; além disto, criou o Banco de Sangue de Montenegro. Companheiro de Rotary, soube honrar o lema do “dar de si, antes de pensar em si”. Amante da música e do canto coral, sempre colaborou com as iniciativas na área cultural.

Seguindo a caminhada, chego a casa do seu Oscar Dreher, tio do colega Martin. Ele era casado, pais de três filhas: Vera, Regina e Maria Luiza; trabalhava na Corsan local. Consigo, também, morava a mãe, de nome Guilhermina Dreher. A família foi morar em outra cidade e o imóvel vendido para o Milton Schwambach, que demoliu o antigo e construiu o prédio ainda hoje existente.

 

 

 

 

 

 

 

 

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