O marxismo cultural é um ramo do marxismo que emerge como uma crítica aos valores tradicionais que prevalecem na sociedade ocidental, tais como a família, a cultura, a moral sexual, e a religião, nomeadamente a católica, considerando-os opressivos, estigmatizantes e retrógrados.
Numa miscelânea dos princípios básicos de Karl Marx sobre as sociedades capitalistas (Europa Ocidental) e com a introdução de conceitos e ideias liberais, bem como umas excêntricas liberdades sexuais, de caris freudiano, surgiu uma amálgama perversa e desconstrutiva, que paulatinamente se foi infiltrando em todas as hierarquias, mesmo no seio da Igreja católica, sob capa de progressismo, modernidade ou tolerância.
Após a Revolução Bolchevique, esperava-se que profundas reformas políticas e sociais fossem realizadas tanto na Rússia quanto no resto da Europa, permitindo que, ao mesmo tempo, os ideais marxistas se espalhassem pelo Ocidente, procurando implementar um novo sistema económico.
No entanto, essas abordagens não produziram os resultados esperados, pelo que originou a necessidade de uma nova análise e a reestruturação das bases marxistas, por Antonio Gramsci e Georg Lukács. Para estes pensadores, o verdadeiro problema não estava no conflito de classes, mas na imersão da classe trabalhadora e camponesa nos valores capitalistas tradicionais.
Logo, a revolução teria de ser implementada a nível cultural, o qual urgia modificar.
Para neutralizar o domínio do sistema cultural capitalista, seria necessário um tipo de combate ou revolução contra as instituições mais importantes da sociedade: a Igreja, as escolas, as universidades e os media.
Com a ascensão do partido nazista ao poder, o grupo da Escola de Frankfurt, base dos pensadores desta ideologia, teve que se mudar para os Estados Unidos, onde aprofundou os seus estudos nas áreas da sociologia, da psicologia e da filosofia.
A implementação destas ideologias culturais marxistas começou nos anos 60, recordando o maio de 68, o festival Woodstock, os movimentos hippys, com recurso a estupefacientes, como uma forma de contracultura, pela formação de movimentos a favor de novos direitos e da radicalização do ativismo feminista, com as consequentes liberdades sexuais, apoiadas pelos defensores do aborto, da destruição da família e da fragmentação de todos os afectos.
Críticas à sociedade ocidental, apoio e fomentação da homossexualidade, oposição e perseguições às religiões, especialmente ao cristianismo, movimentos de defesa do aborto, de libertação do inconsciente, de implementação da eutanásia e de formatação sexual das crianças e dos jovens nas escolas, sob ideologia do género, tem sido a bandeira usada por estes movimentos marxistas culturais, disfarçados de progressistas, desde então implementadas.
Não obstante a sua infiltração ter sido efectuada de forma subtil, a partir do final dos anos 90, foi plenamente verificado e confirmado que estes movimentos se tinham alastrado estrategicamente por todo o mundo, com mais incidência na sociedade ocidental, Europa e Américas do Norte e Latina.
Parafraseando a alegada afirmação marxista, de que a religião era o ópio do povo, acrescentaria que toda esta corrente ideológica, é no seu interior corrosiva e perigosa, não representando mais do que um profundo ódio ao povo e uma tentativa de destruição da dignidade antropológica inerente a todo o ser humano.
Sabendo que o mal nunca tem a última palavra, mas dada a sua natureza destrutiva, também acabará por vir a sofrer os revezes dessa estratégia, resta-nos interiorizar que as nossas iniciativas, o nosso empenho, trabalho e motivação, nunca foram tão necessários e prementes como na actual conjuntura.