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Raul Solnado

  • Novembro 19, 2022
  • Cultura
  • Adriano Fiaschi

Lá pela década de 60 passou pelo Brasil, e por alguns anos fez muito sucesso, um humorista português chamado Raul Solnado. Uma de suas histórias mais conhecidas era aquela em que o exército português havia entrado em uma guerra.

Nessa história, o general informava a seus soldados que Portugal estava em guerra e que todos deveriam partir para o combate, atacar e aprisionar os soldados inimigos imediatamente. E lá se foram os soldados. Após algumas horas, retorna o Manuel (claro!) todo entusiasmado, se apresentando ao general.

– “Senhor General, Senhor General!! Comunico ao Senhor General que acabamos de fazer nosso primeiro prisioneiro!”

Ao que o General reagiu com alegria e entusiasmo, com grandes elogios ao seu soldado e orgulho pelo recente feito do seu exército.

– “Mas que maravilha, soldado Manuel! Diga-me então, onde está esse prisioneiro?”

– “Não quis vire!!!”

Só poderia acontecer uma coisa dessas com o exército português, não é mesmo?

Esse general já entrou na história como um componente de humor, uma vez que, fora o passado heroico de conquista do próprio território e das colônias, o país não participou de muita coisa, quase nada em verdade, nem das últimas grandes guerras e nem das tensões da guerra fria, com um peso praticamente nulo no balanço geopolítico da Europa, que dirá mundial. Certamente é um exército, sem demérito ou crítica, do qual o que menos se imagina é participar de uma guerra. Entende-se, portanto, o despreparo do seu soldado e o desfecho hilário da história.

Pois infelizmente conheço um país em que praticamente a mesma coisa ocorre. Aqui em nossos rincões, nossas forças armadas não têm cansado de demonstrar o despreparo e desalento no enfrentamento de crises ou na defesa dos interesses do povo, que são pagas para defender.

Sim, aqui mesmo, um grupo de generais imitou o soldado Manuel. Ao serem convocados para inspecionar a higidez do processo apuratório da votação, solicitaram educadamente, ou delicadamente, o acesso aos programas fonte (aos intestinos do sistema de apuração, digamos) para poderem emitir seu parecer. Passado um tempo, nossos soldados Manuéis publicaram um relatório informando que o TSE “não quis vir” entregar o acesso ao material sem o qual seria impossível dar um parecer honesto sobre o assunto.

E ficou por isso mesmo!!! Acho que até o general português da piada, mesmo sendo um personagem fictício, teria reagido, tomado uma atitude, dado uma bronca no Manuel e exigido que o “prisioneiro” fosse trazido à sua presença. Afinal, não se desafia o glorioso exército da piada. Muito menos deveriam ser desafiadas as gloriosas forças armadas brasileiras! Ora! Onde é que nós estamos? Deixar que um grupo de burocratas, sob suspeita, deem um passa-moleque desse tamanho, sem que haja uma reação proporcional à afronta, é algo para fazer as cinzas do Duque de Caxias e do Almirante Tamandaré se revirarem em suas caixinhas!

Vivemos uma época turva, em que vemos posturas de verdadeiro macho alfa em melífluos senadores saltitantes, e comportamentos de Manuéis de piada em nossos líderes das armas. Estamos em maus lençóis, nós, o povo, estamos desamparados.

Vamos ver serem recriadas dúzias de ministérios, serem renomeadas, com altos vencimentos e infinitas vantagens, centenas ou milhares de figuras carimbadas do “deep-state” (a máquina, como já nomeei tempos atras), sem que ninguém tenha respondido por que as curvas de contagem de votos eram tão estranhas, por que tantas cidades dos cafundós apresentaram mais votantes que habitantes, por que justo nessas cidades não haveria nem um votante do “contra” (como é que pode? no Brasil isso?).

Vamos ver também uma enxurrada de novos gastos, torneiras abertas para a felicidade das ONGs, dos “comitês populares” e dos movimentos invasores, aumento de impostos, taxas, o que tiver.

Estou no aguardo, agora, que venha um general à TV Globo uma noite dessas, com carinha de envergonhado, pedir para todos pararem os protestos, pois…ahn… nem sei que desculpa ele daria. A mais provável seria: – “A vida é assim!”.

23 será um ano de fartura e gastos, 24 um ano de inflação, dúvidas, desemprego mal disfarçado por propaganda e 25 será o início do caos.

Toca pro Paraguai, moçada! Ou pra Bolívia, ou pra Portugal, lá onde os soldados Manuéis são mais capazes do que nossos generais.

Revisitem Raul Solnado; vale a pena.

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