Ao longo do tempo e em todos os lugares, a palavra Natal não deixa ninguém insensível neste período, mesmo aqueles que tal negam, ainda que não deixem de o expressar por outras formas, natural expressão das virtudes que praticam, mesmo sem lhes dar o significado da sua essência. Boas pessoas, praticando o bem.
A progressiva descontextualização da verdadeira origem, significado e importância desta festa religiosa, atualmente menorizada e gradualmente absorvida por um contexto relacional, com um espírito social, profissional, comercial e até familiar, em que se implementa a proximidade, tolerância, afeto e alegria, tradutores de uma rica e frutuosa fraternidade, ainda que desprovida da sua verdadeira essência.
Será assim? Será com certeza, mas ainda haverá quem viva este período natalício, imbuído no seu verdadeiro espírito.
Para todos, crentes e não crentes, neste tempo em que somos inundados por sugestões para compras, viagens, festas e outras opções lúdicas, com que todos sonhamos, permitam a minha sugestão, que é barata, é para todos, dos 0 aos 100 anos, não desencadeia discussões, todos ficam contentes, não é preciso sair de casa e garanto que todos não deixaram de rir, garantindo posterior sono feliz e reparador na noite de Natal.
Natal é o nascimento de Jesus menino, Maria sua mãe e José seu pai. História de uma família que tem percorrido mais de dois mil anos e ainda está presente.
Na nossa família estão presentes ou ausentes, pais, mães, avôs e avós, bisavôs e bisavós, tios e tias, e tantos outros em saudosas memórias. Nesta noite de Natal em que procuramos estar juntos, mesmo os que se encontram em outros contextos familiares, porque não partilhar o baú das memórias, de infindáveis recordações epopeicas, nossas e dos que nos precederam, origem primeira da nossa existência, respeitando-os agradecendo, mas responsabilizando-nos pelas gerações futuras, ali presentes e atentas, absorvendo o orgulho da sua família, adquirindo uma noção pretensa, que já vem antes deles e que com eles continuará, orgulhosos de fazerem parte de um aventura, em que conhecem os protagonistas e com eles vivem, estão ali.
Uma história de Natal? Não, muitas histórias de natal, aonde estarão presentes tantos heróis, já ausentes, que à sua maneira, em outros tempos, também foram importantes intervenientes.
Saibamos todos respeitar, respeitando-nos todos, num continuado espírito familiar, exemplo primeiro com Maria, José e o Menino, que passaram o mesmo com que nós atualmente nos defrontamos, cultivando um espírito de alegria e agradecimento, pela família que temos.
O Natal, não é todos os dias, mas o espírito que o envolve, deve-nos acompanhar todo o ano.