Tinha feito o firme propósito de, até ao Natal, só escrever textos inspiradores e positivos, mas, infelizmente, não dá. Bem, eu vou tentar que mesmo assim tudo isto tenha algo de positivo e que termine com um tom de reflexão, mas confesso que não será pera doce.
Agora fala-se muito de Ideologia de Género. No meio escolar, fala-se de Ideologia de Género e de Igualdade de Género. Coisas completamente diferentes, mas que muitos confundem e pensam que é tudo a mesma coisa. Direitos iguais para mulheres e homens, salários iguais, oportunidades. Talvez estas designações apareçam assim juntinhas para confundir os leigos à vista desarmada.
O que me traz aqui é a Ideologia de Género. Quem lê os meus textos sabe bem que não sou especialista em coisa nenhuma, pelo que é nessa condição que continuo a estar, também neste assunto. Contudo, devo assumir que só a palavra Ideologia já me inquieta. Algo baseado em ideias. Ora, se procurarmos o significado da palavra ideia, encontramos aspetos como “ação de imaginar psicologicamente, perceção básica, inspiração, opinião, fantasia ou imaginação, ilusão ou criação. Não parece um pouco estranho que leis que metem em causa diretamente a vida, mesmo vida, das pessoas sejam baseadas em ideias? Uma ideologia? A humanidade não merece mais e melhor?
A ideologia do género promove a ideia de que o género não é uma determinação biológica, natural, mas sim, uma construção social, uma ideia, circunstancial e que pode ser temporária, mutável, de acordo com a ideia do individuo num determinado momento.
Ouvi recentemente alguém dizer que, antigamente, quando alguém sofria de anorexia ou bulimia, por se achar gorda, deveríamos dizer-lhe que não era gorda, Hoje, segundo esta Ideologia de Género, se uma menina ou uma jovem rapariga nos disser que se sente maria rapaz ou mais próxima dos gostos de um rapaz, devemos abrir-lhe os horizontes para a possibilidade de alterar o seu género e falar-lhe das inúmeras variantes que proliferam. Tentei pesquisar sobre estas opções para as trazer aqui, mas são tantas e tão distantes do meu entendimento que prefiro não me meter nessa confusão.
Já houve tempos em que o real, o factual, a Natureza delimitava as leis. Agora é o inverso bizarro e absurdo de querermos leis que modifiquem a Natureza. Somos Masters of the Universe.
Perante tanta coisa que achamos mal e pelas quais nos manifestamos vivamente, o que dizer desta campanha para que jovens, em fase de construção da personalidade, crescimento, questionamento, instabilidade emocional, ponham em causa o seu género, tomem procedimentos para essa alteração, só porque alguém teve a ideia de que a Natureza só por si não chega?
A quem é que vamos pedir contas quando estes jovens começarem a ter brutais perturbações psiquiátricas e graves problemas de saúde associados à alteração de sexo? A quem é que vamos pedir contas pelas vidas perdidas nas ideologias?
É assustador.
E se afinal esta coisa da Ideologia de Género é tão boa e o género masculino e feminino são tão redutores, tirânicos e violentos, como vamos pedir desculpa a todas as crianças e jovens que, desde o início da humanidade, tiveram de se cingir a ser menino ou menina, conforme o seu sexo biológico?
Isto está na rua, nas escolas, nas salas de aula, na publicidade, no cinema, nos livros juvenis, nos telemóveis dos nossos filhos. Financiado por linhas de crédito. Ninguém diz nada! Não dizemos porque já pensámos seriamente no assunto e concordamos? Estamos preparados para o nosso filho Filipe passar a Filipa de um dia para o outro? Não dizemos nada porque, se ninguém se opõe, eu também não me vou manifestar? Não dizemos nada porque temos medo que nos chamem nomes? Ou não dizemos nada porque nem sabemos bem do que se trata? Seja qual for a nossa resposta, de outras perguntas não podemos mesmo fugir- é mesmo isto que queremos para os nossos filhos? Achamos mesmo que esta fluidez é a chave da felicidade? A sério? Mesmo?
Sugestão : https://youtu.be/4ydh9SJqvxE Documentário What is a Woman?