Skip to content

Mulher e Mãe do Natal, a plena de graça, Mãe de Deus

  • Dezembro 5, 2022
  • Religião
  • Padre Aires Gameiro

 

Maria foi a Imaculada Conceição para ser a Mulher-Mãe de Deus feito carne, Mãe do Natal, Mãe da Igreja. A Igreja sempre invocou Maria a cheia de graça como o anjo a saudou no primeiro Natal. Foi a Imaculada Conceição desde a primeiro instante do seu ser, já Predestinada a ser Mãe de Deus. Na Anunciação realiza-se pelo Espírito Santo a Encarnação do Filho de Deus, o Menino do Natal, Jesus Cristo da Eucaristia e Redentor da cruz a dar a vida pela redenção de todos e também de Maria, redimida e isenta preventivamente do pecado original.

  1. João de Deus, no século XVI, repetia nas suas cartas: “ Em nome de Nossa Senhora, a Virgem Maria sempre intacta”, como tantos cristãos a saudavam: a não tocada pelo pecado original. O povo cristão sempre acreditou na sempre Virgem Mãe de Jesus, a Theotocos, Mãe de Deus (Conc. de Éfeso, 431),a Assunta ao Céu em corpo e alma na sua dormitio, morte por amor e não como a paga do pecado (Rm 6, 23) como Pio XII assim proclamou (1 nov.1950). E Já no século III os cristãos pediam a “proteção da Santa Mãe de Deus” nos perigos (Sub tuum praesidium).

Na disputa com os dominicanos Beato João Duns Escoto na Universidade de Paris, em 1305, chamou a este privilégio “redenção preventiva”. Jesus incarnou para salvar a todos do pecado original; e Maria não ficou de fora, mas foi isenta por “redenção preventiva”. Deus é omnipotente, argumentou João Duns Escoto, podia isentar Nossa Senhora; logo, se podia, isentou porque convinha. Seria uma desonra se Jesus fosse gerado por mulher já morada do pecado. Duns Escoto ganhou a disputa. Faleceu em 1308 em Colónia e foi beatificado por S. João Paulo em 1993.

Em Portugal, o povo professou a crença na Imaculada Conceição ao longo da sua história. E as disputas entre Franciscanos e Dominicanos continuaram acesas no século XVII, no reinado de Filipe III em Espanha e entre os estudantes da Universidade de Coimbra em cuja universidade, desde 1646, começarem a jurar defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus antes de tomarem graus académicos. D. João IV entregou-lhe a coroa, como Padroeira e Rainha de Portugal, no dia 25 de março de 1646.

Em 1830, em Paris, Nossa Senhora mostrou o desenho da medalha milagrosa a Catarina Labouré com a oração: “oh Maria concebida sem pecado…” e pediu a sua cunhagem, confirmando assim a crença da Igreja. E Pio IX depois de consultar os bispos do mundo proclamou solenemente a Imaculada Conceição a 8 de Dezembro de 1854 com a bula Inefabilis Deus. A Igreja, o seu povo e os seus mestres tinham vivido esta fé durante tantos séculos agora ela fazia parte da sua identidade doutrinal. Foi uma surpresa que em Lurdes em 1858 Nossa Senhora revelasse o seu nome dizendo: “eu sou a Imaculada Conceição”, expressão que Bernardete não entendeu, mas foi logo, não se esquecesse, comunicar ao pároco que ficou atónito da revelação sublime a uma analfabeta. Nas aparições de Fátima Lúcia ouviu de Nossa Senhora que não temesse pois “o meu Coração Imaculado será o teu refúgio”.

E sobre os erros que a Rússia espalharia e os sofrimentos de guerras e perseguições que iria causar, Nossa Senhora pediu oração, conversão e a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, e deixou uma promessa condicionada da conversão da Rússia e que “por fim o meu Coração Imaculado triunfará e haverá paz». Os seus erros e perseguições mantem-se, do Oriente ao Ocidente, misturados de ateísmo, blasfêmias. Os atropelos da guerra, Rússia-Ucrânia, continuam a espalhar males e sofrimento por todo o mundo. Neste Advento, a esperança, a paz e a conversão da Rússia esperam a oração do terço a Maria, a “Cheia de graça, morada do Senhor”, a Virgem do Parto, como canta o Povo Madeirense.

Funchal, 5 de dezembro de 2022

Categorias

  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Cultura
  • História
  • Política
  • Religião
  • Social

Colunistas

A.Manuel dos Santos

Abigail Vilanova

Adilson Constâncio

Adriano Fiaschi

Agostinho dos Santos

Alexandra Sousa Duarte

Alexandre Esteves

Ana Esteves

Ana Maria Figueiredo

Ana Tápia

Artur Pereira dos Santos

Augusto Licks

Cecília Rezende

Cláudia Neves

Conceição Amaral de Castro Ramos

Conceição Castro Ramos

Conceição Gigante

Cristina Berrucho

Cristina Viana

Editoria

Editoria GPC

Emanuel do Carmo Oliveira

Enrique Villanueva

Ernesto Lauer

Fátima Fonseca

Flora Costa

Helena Atalaia

Isabel Alexandre

Isabel Carmo Pedro

Isabel Maria Vasco Costa

João Baptista Teixeira

João Marcelino

José Maria C. da Silva...

José Rogério Licks

Julie Machado

Luís Lynce de Faria

Luísa Loureiro

Manuel Matias

Manuela Figueiredo Martins

Maria Amália Abreu Rocha

Maria Caetano Conceição

Maria de Oliveira Esteves

Maria Guimarães

Maria Helena Guerra Pratas

Maria Helena Paes

Maria Romano

Maria Susana Mexia

Maria Teresa Conceição

Mariano Romeiro

Michele Bonheur

Miguel Ataíde

Notícias

Olavo de Carvalho

Padre Aires Gameiro

Padre Paulo Ricardo

Pedro Vaz Patto

Rita Gonçalves

Rosa Ventura

Rosário Martins

Rosarita dos Santos

Sérgio Alves de Oliveira

Sergio Manzione

Sofia Guedes e Graça Varão

Suzana Maria de Jesus

Vânia Figueiredo

Vera Luza

Verónica Teodósio

Virgínia Magriço

Grupo Progresso de Comunicação | Todos os direitos reservados

Desenvolvido por I9