Vem aí a legalização da eutanásia. Para já, em circunstâncias definidas pelo legislador; para já, não em qualquer situação, apenas por pedido
Sabido que a eutanásia compromete de forma inexorável o respeito pela maior das conquistas civilizacionais, o direito à vida, e que põe em causa a centralidade da ética na vida de cada um e de todos, não será por passar a ser legal que a eutanásia e qualquer forma de eliminação física de um ser humano por outro ser humano passará a ser legítima. Mesmo que venha a ser permitida por lei, não deixará de ser iníqua, isto é, perversa e injusta.
A eutanásia compromete de forma inexorável o respeito pela maior das conquistas civilizacionais – o direito à vida. Nenhum argumento a justifica: o respeito pela dignidade, a compaixão pelo sofrimento, materializam-se por outras formas.
Defensores da eutanásia exibem um despudorado e arrogante desprezo pelo maior de todos os valores. Ninguém é dono da vida! Não pedimos para nascer! Apenas recebemos a vida como um dom que temos que administrar. A legalização da eutanásia é apresentada como sinal de modernidade, ao dar primazia à autonomia, mas há limites à autonomia como a liberdade (é impensável decidir ser escravo!) e a vida.
Será negro o dia em que séculos de civilização recuam abrindo-se a um caminho em que muitos pesadelos são possíveis. Na consciência dos legisladores há-de pesar esta decisão.
MAE – Movimento Acção Ética
09 de Dezembro de 2022
Outros pronunciamentos do MAE sobre este tema:
O MAE é uma iniciativa cívica e apartidária fundada a 1 de Janeiro de 2021. Tem como lema “Vida, Humanismo e Ciência” e visa propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões axiológicas. Os seus co-fundadores são António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Machado Gil.