Skip to content

Os três desafios

  • Fevereiro 10, 2023
  • Religião
  • José Maria C. da Silva André

Catedral de Nossa Senhora do Congo

 

Como a sabedoria jesuíta concluiu que os ouvintes fixam melhor três ideias-chave, e só três, o Papa estrutura assim cada discurso. Na recente viagem ao Congo, no encontro com os padres, diáconos, consagrados e seminaristas, na catedral de Nossa Senhora do Congo, falou de três desafios da vida espiritual.

— «Quero deter-me brevemente nestes três: a mediocridade espiritual, a comodidade mundana e a superficialidade».

A felicidade de todo o povo depende da luta espiritual daqueles que o servem:

— «Servidores do povo (…) que experimentaram a alegria do encontro libertador com Jesus e a oferecem aos outros. Lembremo-nos disto: o sacerdócio e a vida consagrada tornam-se áridos se os vivemos para “nos servirmos”. (…) Fomos chamados para oferecer a vida pelos irmãos e irmãs (…)».

Surgem então os três desafios a enfrentar, a mediocridade, a comodidade e a superficialidade.

— «Vencer a mediocridade espiritual. Como? (…) A prioridade da nossa vida é o encontro com o Senhor, especialmente na oração pessoal, porque a relação com Ele é o fundamento do nosso agir. Não esqueçamos que o segredo de tudo é a oração».

Muitos discursos do Papa Francisco desenvolvem-se em diálogo, como foi este, cheio de interpelações:

— «Dir-me-eis: É verdade! Mas com os compromissos, as urgências pastorais, as canseiras apostólicas, etc. corremos o risco de ficar sem tempo nem energia suficiente para a oração».

— «Quero, por isso, partilhar alguns conselhos: (…). A celebração Eucarística diária é o coração pulsante da vida sacerdotal e religiosa. (…) E não descuremos também a Confissão: sempre precisamos de ser perdoados, para poder dar misericórdia. Outro conselho: (…) é preciso reservar diariamente um tempo intenso de oração, para comunicar de coração a coração com o Senhor: um momento prolongado de adoração, de meditação da Palavra, de rezar o santo Terço; um encontro íntimo com Aquele que amamos acima de todas as coisas. Além disso, quando estamos em plena actividade, podemos também recorrer à oração do coração, a breves “jaculatórias” —são um tesouro—, palavras de louvor, de agradecimento e de invocação que se hão de repetir ao Senhor onde quer que nos encontremos».

Combater a mediocridade é fulcral: «Sem oração, não se vai longe… Para superar a mediocridade espiritual, nunca nos cansemos de invocar Nossa Senhora —é nossa Mãe— e de aprender dEla a contemplar e seguir Jesus».

O segundo tema é a comodidade.

— «Vencer a tentação da comodidade mundana, duma vida cómoda em que se organizam mais ou menos todas as coisas e se continua por inércia, buscando o conforto e arrastando-nos sem entusiasmo».

Cair no comodismo é apegar-se ao dinheiro ou descuidar o celibato sacerdotal.

— «Ao contrário, como é belo manter-se transparente nas intenções e livre de compromissos com o dinheiro (…)! E como é belo ser luminoso, vivendo o celibato como sinal de total disponibilidade para o Reino de Deus! (…). Por favor, vigiemos sobre a comodidade mundana».

— «Finalmente, o terceiro desafio é vencer a tentação da superficialidade». O remédio é a formação, para os padres e para todos:

— «A formação do clero não é facultativa (…): é um caminho a percorrer continuamente ao longo de toda a vida. Chama-se formação permanente: formação sempre, por toda a vida».

Em síntese, «mediocridade», seria viver sem oração, sem Missa diária e Confissão frequente; «comodidade», seria apegar-se ao dinheiro e abandonar o celibato; «superficialidade» seria descuidar a formação. Estas três vitórias pessoais são o testemunho de que a Igreja precisa:

— «Temos de enfrentar os desafios de que vos falei se quisermos servir o povo como testemunhas do amor de Deus, porque o serviço só é eficaz se passar através do testemunho. Não esqueçais esta palavra: o testemunho».

E como é grande o fruto deste testemunho:

— «Sois preciosos, importantes: vo-lo digo em nome da Igreja inteira. Espero que sejais sempre canais da consolação do Senhor e testemunhas jubilosas do Evangelho (…). Agradeço-vos muito, irmãs e irmãos! Obrigado mais uma vez pelo vosso serviço e zelo pastoral. Abençoo-vos e levo-vos no coração. E vós, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Obrigado!».

Categorias

  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Cultura
  • História
  • Política
  • Religião
  • Social

Colunistas

A.Manuel dos Santos

Abigail Vilanova

Adilson Constâncio

Adriano Fiaschi

Agostinho dos Santos

Alexandra Sousa Duarte

Alexandre Esteves

Ana Esteves

Ana Maria Figueiredo

Ana Tápia

Artur Pereira dos Santos

Augusto Licks

Cecília Rezende

Cláudia Neves

Conceição Amaral de Castro Ramos

Conceição Castro Ramos

Conceição Gigante

Cristina Berrucho

Cristina Viana

Editoria GPC

Emanuel do Carmo Oliveira

Enrique Villanueva

Ernesto Lauer

Fátima Fonseca

Flora Costa

Helena Atalaia

Isabel Alexandre

Isabel Carmo Pedro

Isabel Maria Vasco Costa

João Baptista Teixeira

João Marcelino

José Maria C. da Silva...

José Rogério Licks

Julie Machado

Luís Lynce de Faria

Luísa Loureiro

Manuel Matias

Maria Amália Abreu Rocha

Maria Caetano Conceição

Maria de Oliveira Esteves

Maria Guimarães

Maria Helena Guerra Pratas

Maria Helena Paes

Maria Susana Mexia

Maria Teresa Conceição

Mariano Romeiro

Michele Bonheur

Miguel Ataíde

Notícias

Olavo de Carvalho

Padre Aires Gameiro

Rita Gonçalves

Rosa Ventura

Rosário Martins

Rosarita dos Santos

Sérgio Alves de Oliveira

Sofia Guedes e Graça Varão

Suzana Maria de Jesus

Vânia Figueiredo

Verónica Teodósio

Virgínia Magriço

Grupo Progresso de Comunicação | Todos os direitos reservados

Desenvolvido por I9