A NÓS OUTROS, SEPTUAGENÁRIOS/ ACORDAR A CADA DIA/ SOB A LUMINOSIDADE DO ASTRO REI, / REMETE AO AGRADECIMENTO/ DAQUELES TANTOS QUE NOS CONDUZIRAM/ AO ALCANÇAR TÃO PROVECTA IDADE.
LINDAS, CHEGAVAM AO MAR/ NO AMANHECER DO DIA/ O SOL PRESSÁGIO DE SARDAS/ A COMPROMETER A ALVURA DA PELE/ FICAVA AO LONGE/ NA AURORA DE MAIS UM DIA.
ASSIM O TEMPO CORREU/ OS ANCESTRAIS O SEGUIRAM/ EM VERDADES E FANTASIAS/ FORMARAM PARES, CASARAM/ E DERAM CAUSA AO NOSSO EXISTIR.
A UM NOVO TEMPO/ OBRIGADOS A CHEGAR/ PELA SIMPLES RAZÃO DE EXISTIR/ SOU O SEGUIR… A CONTINUIDADE/ ATÉ QUANDO? NÃO SEI/ SOU UM FUTURO, ONTEM DECANTADO/ SOU O EPÍLOGO DOS GRANDES AMIGOS/ AO LONGO DO TEMPO CONQUISTEI.
SOU AVENTURA/ O MOCINHO, O BANDIDO/ DOS MATINÉS DO GOIO-EN/ O SUPER HOMEM, O TARZAN/ A VOAR PELOS CIPÓS/ SIMPLESMENTE SOU UM ALGUÉM/ NESTE TEMPO DE HOJE.
RESTA A AMIZADE/ O QUANTO A MIM BASTA/ A TODOS O MEU MAIS SINCERO AGRADECIMENTO/ VOTOS DE UMA FELIZ PÁSCOA/ A UM TEMPO DE PERDÃO E CONTINUAR/ AINDA RESTA MUITO TEMPO A SEGUIR.
Vez por outra, no correr da existência, escrevo algumas mal traçadas linhas, num misto de prosa e verso. Quem me dera ser poeta e cantar em rima os sentimentos que me vão n’alma? Entretanto, neste momento, em que a Páscoa se aproxima, dei de mão em um antigo escrito, acima posicionado, para desejar a todos uma feliz data de perdão e renascimento.
Como costumo fazer, ao escrever uma coluna, o retroagir ao passado é imposição mental. Sexta-feira Santa era dia de subir o morro, passar pelo campo de regata, Toca da Onça e a primeira parada para um lanche: a grande pedra do alto, virada para a Timbaúva. Quase todos tinham o seu cantil, cheio de refrigerante e o pão num pequeno bornal.
Era mato, vegetação espraiada por todo lado, salvo pelas trilhas. No cume, a outra grande pedra, agora virada para a cidade; nada de fotos, pois ninguém tinha máquina. Ao descer, antes beber água da fonte (hoje soterrada).
Cuidado com o sábado; de repente você poderia estar recebendo um tapa, com a advertência “Aleluia”. Mais uma noite e então, bem cedinho, devidamente bem vestidos, sair à casa dos padrinhos, buscar o ninho.
Iara e eu, nossa primeira parada era na casa da vovó Frida, lá sempre tinha um “packchie” (pacotinho) para os netos; por vezes encontrávamos primos, mais matutinos. E todos saíam faceiros. Ao depois, visitar a tia Elsa e o tio Bruno Kauer, na João Pessoa, duas quadras antes do rio. Uma visita ao tio Oscar (pai do afilhado Gerson), padrinho da minha irmã.
Depois uma guinada para o lado da Estação Férrea; defronte à hoje Casa do Agricultor, morava a madrinha (da Iara) Nelda Becker Lerch e mais doces ganhávamos. Lá por 11 horas, já em casa, os doces, coelhos e ovos avolumavam o grande ninho que cada um ganhava em casa. Outros padrinhos ainda viriam e mais guloseimas a receber e aumentar o ninho.
Certamente, todos os meus contemporâneos tiveram uma prática muito parecida com a narrativa acima. Hoje resta a lembrança… Os netos já não se preocupam com ninhos; sempre contam com doces ao seu dispor, muitas vezes por culpa dos avós. E daí… Nos netos somos duplamente pais.
Boa Páscoa! Almejo que a data seja de alegria, de congraçamento, aceitação do semelhante e perdão. Em nome de Jesus Cristo descarregue as suas culpas e alivie a si próprio.