Oh Deuses! Universais
Por milênios
Crença e adoração
Povos te acolheram
Outros tantas renegaram
A divindade, o perpétuo socorro.
Somos caminhantes
O céu a nos encobrir
Guarda mistérios
Bilhões de anos precedentes!
Somos crença
Somos os descrentes
Agnósticos
Até a verdade surgir!
Quem sabe quando?
O nunca é longe
O agora perto de mais
Sigo meu caminho
Acredito no caminhar.
Por vezes, naquele tempo de antigamente, meu pai instava-me a escrever uma carta ao tio Valter Becker, residente em São Gabriel, onde trabalhava no Posto Zootécnico daquele município. A carta, redigida em folha de papel em branco (não pautada), sempre iniciava: “por essas linhas tortas” … aproveito para dar notícias daqui…
Depois de um certo tempo, a resposta chegava, sempre pelas mesmas linhas tortas (escritas pelo primo Abyr)! Missivas gratificantes, com notícias mútuas, abrigadas em envelopes e seladas na proporção da distância.
Invoco a atenção das minhas caras amigas/os, ao tempo do transcorrer dos anos, quando os bilhetes escritos significavam comunicação e os segredos eram guardados em diários, aos quais só os diletos amigos chegavam e respondiam as perguntas.
Se gostas de alguém, podes dizer o nome, ou as iniciais? E daí: nome ou iniciais eram de fácil identificação; mentir não era bonito e calar denotava constrangimento de pessoa introvertida. Na maioria das vezes não tinha namorada, não gostava de alguém (ou se gostasse não queria descobrir aos outros) ou era um simples envergonhado.
Esperas viver muito… até os 60 anos? Pergunta difícil; curta a perspectiva de vida ao tempo dos 13/15 anos de idade. No hoje do tempo, a resposta seria SIM; já cheguei aos 77 anos de idade; passei o Centenário e cheguei aos 150 Anos de Emancipação Política da legalizada Vila de São João do Monte Negro – 05 de maio de 1873.
Cada um dos meus contemporâneos, dignando-se a leitura deste simples escrito, cruzou pelo mesmo espaço de tempo; preencheu os mesmos diários, silenciou ou mentiu respostas, até engraçadas ao recordar. Passamos… chegamos e continuamos nos percalços do correr dos anos, nas novas perspectivas que surgem e na crença e uma ainda longa vida.
No Facebook reencontrei a Carlile Coelho, consorciada com o Bruno Holst, ainda ao tempo de Montenegro; amizade com a filha Nanda, muito prazerosa. Carlile postou uma foto, do hoje de seus dias. O engraçado é que podemos envelhecer; porém a fisionomia fará o reencontro com a dona Querida e o inspetor Chico, seus pais. O sorriso e os olhos deixam transparecer os anos desde os tempos da mocidade.
Olho a foto da Celiza, Solange (em eterna paz) e Sandra Regina à mente lembranças surgem, assim como o hiato de tempo que nos separou pelo avançar dos desejos próprios da diferença de idade.
Seguimos caminhos diferentes; acreditei no reencontro; o nunca é sonho impossível; o agora pode ser perto e pela internet mais perto ficou. Continuemos… a nós outros resta tempo; não será nunca nem tão perto demais.