A “Incofidência Mineira”, de 1789, de caráter separatista, deu-se por causa dos exorbitantes tributos cobrados pela Coroa Portuguesa dos contribuintes da sua “Colônia”, Brasil.
Vinte por cento (20%) de tudo que era produzido na Colônia tinha que ser repassado para Portugal. Durante o “Ciclo do Ouro”,após a decadência do “Ciclo do Açucar”- porque a Europa passou a produzir açúcar melhor e mais barato -a Coroa “apertou o cerco” contra os contribuintes brasileiros,”avançando” principalmente sobre a produção de pedras preciosas,ouro,diamante e prata.
Portugal institui a “derrama”, consistente no direito da Coroa confiscar e vender todos os bens dos inadimplentes do referido imposto. O percentual de vinte por cento cobrado pela Coroa recebeu a “odiosa” denominação de “quinto dos infernos”, expressão essa que passou a integrar o vocabulário do povo significando desagrado com alguma coisa, mandando o causador para “bem longe”, para o “quinto dos infernos”.
Passando da Colônia para o Império, depois para República, o antigo vício estatal de arrochar o contribuinte cada vez mais com novos e mais elevados tributos teve prosseguimento, em progressão geométrica.
No corrente ano de 2023,por exemplo,apesar da substituição da Coroa Portuguesa pela “Coroa de Brasilia”, o contribuinte brasileiro passou a pagar não mais somente os vinte por cento (20%) , ou o“quinto dos infernos”, que pagava para a Coroa Portuguesa, no Século 18, mas passou a pagar praticamente o dobro, quarenta por cento (40%) de tributos sobre o PIB,ou seja,não mais “UM”, porém “DOIS QUINTOS DOS INFERNOS”.
Com o tal “marco fiscal” e reforma tributária em andamento, de iniciativa do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cuja consequência, ao fim e ao cabo, inevitavelmente será um novo impacto sobre a carga tributária, para mais, a trajetória fiscal tenderá em breve a bater nos 50% a 60% do PIB, ou seja, atingindo intoleráveis 3/5 (três quintos) dos “INFERNOS”. Um, dois, três QUINTOS DOS INFERNOS .
Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), presentemente o Brasil já ocupa a desconfortável posição de país que mais cobra tributos no mundo, considerando o retorno em bens e serviços na mesma proporção ao seu povo.
Em compensação, não existem no mundo “máquinas” administrativas, judiciárias e legislativas mais caras que as do Brasil, as quais fazem jus ao exército de parasitas que acompanhou o príncipe regente Dom João na sua covarde fuga da invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal, em 1807.
Dom João e seus “parasitas”aportaram no Brasil em 1808, primeiro em Salvador, depois no Rio de Janeiro. Trouxe consigo documentos, quadros, móveis, funcionários públicos e toda a administração do Reino, que se alojaram no Brasil “despejando” das suas casas os residentes locais. Dom João só não trouxe consigo os palácios e o território de Portugal porque não couberam nas embarcações.
A chegada do Reino de Portugal ao Brasil deu um certo impulso no desenvolvimento da Colônia, visto que Dom João teve que trazer quase a Portugal inteira no seu colo..
Por esses motivos o Brasil já nasceu com o “germe” da covardia da Coroa Portuguesa e dos seus burocratas inúteis, que com o tempo se transformaram nos servidores públicos, nos políticos e nos agentes políticos, cujos interesses se sobrepuseram aos interesses e necessidades dos trabalhadores,empresários e empreendedores, que efetivamente produzem riquezas,“ordem e progresso”.
Nos lamentáveis debates que hoje assistimos sobre juros, devemos dar razão a Roberto Campos: ”O Brasil não corre o menor risco de dar certo”.
O filósofo romeno Andrei Pleshi deu uma definição precisa e impactante sobre o Brasil: ”No Brasil, ninguém tem a obrigação de ser normal. Se fosse só isso estaria bem. Esse é o Brasil tolerante, bonachão, que prefere desleixo moral ao risco da severidade justa. Mas há no fundo dele em Brasil temível, o Brasil do caos obrigatório, que rejeita a ordem (e a bandeira?), a clareza e a verdade como se fossem pecados capitais. O Brasil onde ser normal não é só desnecessário: é proibido. O Brasil onde você pode dizer que dois mais dois são cinco, sete, ou nove e meio, mas se diz que são quatro, sente nos olhares em torno o fogo do rancor ou o gelo do desprezo. Sobretudo se insiste que pode provar.”
Resumindo Andrei Pleshi: ”Se abrirmos o cérebro do Brasil hoje , mais vai sair excremento, politico, servidor público, militar e agente político.