O tempo que voa
O tempo que transforma
O tempo que não muda
O sincronismo da vida
A cronologia dos anos.
Brindando o tempo
A amizade e bem-querer
A verdadeira alegria
A grandeza da sua alma
100 ANOS DE VIDA DA DONA BRUNI WALTER
Pois por aí vamos andando, nesse espaço que a vida nos reservou; o tempo, por seu vertiginoso andar, limita e delimita o tamanho do ambiente, o nosso pequeno mundo existencial. Por todas as graças e avanços da medicina, conseguimos chegar à provecta idade, superando limites e as barreiras próprias do avançar da idade.
Neste domingo, 28 de maio de 2023, participamos de uma festa altamente significativa a nós todos, que por longos anos convivemos com a dona Bruni Walter – ela comemorou 100 Anos de profícua existência, com boa saúde e ótima higidez mental.
A mim o tempo retroage; ao nosso redor, a rua Ramiro Barcelos guarnecia casas de moradia, em sua quase total amplitude – apenas quatro casas de negócios e um hotel (Ferragem Gauer, Lauer & Kauer, Oficina Kolberg, Loja A Comercial e Hotel Montenegro). Era uma bela vizinhança, com muitas crianças por cada uma das casas.
Por mais de setenta anos fixamos residência na casa de nº 2145 daquele logradouro; ao lado superior ficava a fábrica e a loja Lauer & Kauer. Na casa abaixo da nossa estava a residência da família de Adelmo Boos e a seguir moradia de Bruni e Aloysio Walter. O casal tinha duas filhas: a Clari, casada com o Nelson Santos e a Noeli, consorciada com Amélio Todero, então crianças.
Eles construíram casa nova, de alvenaria; com o tempo a parte fronteira foi adaptada e encaminhada para locação; ainda lembro de um grego, Jean Mondilius como locador, estabelecido com comércio de roupas.
A senhora minha mãe e a dona Bruni eram muito amigas e ela chegou a trabalhar em nossa loja. Ambas ótimas doceiras e especialistas na confecção de roscas e cucas. Lembro que seguidamente ia na dona Bruni buscar folhas de bananeira, sobre as quais as roscas eram cozidas no forno à lenha.
As crianças cresceram; paulatinamente as casas de moradia começaram a desaparecer e novos empreendimentos surgiram no lugar; a área residencial começou a se descaracterizar. Atualmente são poucas as casas de família ao longo da quadra; entre elas destaco a da dona Bruni e a minha; não por vaidade, mas por uma simples brincadeira.
Moro no lado par da rua e a dona Bruni no ímpar; somos os moradores mais antigos que restaram. Costumo dizer que do lado par sou o responsável pela rua e do outro lado a dona Bruni, justamente pela questão idade.
Por essa minha coluna novamente apresento a minha querida vizinha Bruni Walter os meus mais sinceros parabéns pelo aniversário; um Centenário de vida dentro do Sesquicentenário de Montenegro. Estendo os cumprimentos às filhas e familiares.