Skip to content

Jornada Mundial da Juventude 2023 – Um outro olhar

  • Junho 20, 2023
  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Rosa Ventura

 

É em Lisboa que se vai realizar a 37ª Jornada, do grande encontro Mundial da Juventude. E nós, Portugueses, ficamos entusiasmados e felizes quando, finalmente, tivemos a confirmação pela voz do Papa Francisco na mensagem que dirigiu aos jovens na JMJ em 2020: «Vós, jovens, gostais de viajar, cruzar-vos com lugares e rostos nunca vistos antes, viver novas experiências… Por isso, como destino da vossa próxima peregrinação intercontinental em 2022 (2023), escolhi a cidade de Lisboa, capital de Portugal. De lá, nos séculos XV e XVI, inúmeros jovens, incluindo muitos missionários, partiram para terras desconhecidas a fim de partilhar a sua experiência de Jesus com outros povos e nações. O tema da JMJ de Lisboa será: “Maria levantou-Se e partiu apressadamente”.» (1)

Desde então, temos vivido entre opiniões diversas, alegrias e preocupações, problemas por resolver, incertezas e também o reconhecimento generalizado da importância deste evento, tanto a nível financeiro como da projeção da imagem do país. Tudo isto é importante, mas existe um outro olhar mais amplo, mais profundo, sobre qual é, afinal, o verdadeiro propósito da JMJ, esse algo que não se “fecha” na espiritualidade cristã, antes se estende a toda a humanidade como um único Povo de Deus.

Passaram já 36 Jornadas Mundiais da Juventude, o encontro de milhares de jovens de diversos continentes, culturas, atravessando épocas muito diferentes, mas sempre a mesma experiência apaixonante, «na crise ética que tem ameaçado o Velho Continente, é um remédio contra a lassidão do crer» como tão bem descreve o Papa Bento XVI recordando o que ele próprio viveu com os jovens na JMJ em Madrid: «De forma cada vez mais clara vai-se delineando, nas Jornadas Mundiais da Juventude, um modo novo e rejuvenescido de ser cristão, que poder-se-ia caracterizar em cinco pontos:

1. Em primeiro lugar, há uma nova experiência da universalidade da Igreja. Vimos de todos os continentes e, apesar de nunca nos termos visto antes, conhecemo-nos. Falamos línguas diferentes e possuímos costumes de vida diversos e formas culturais diversas; e, no entanto, sentimo-nos imediatamente unidos como uma grande família; o mesmo encontro interior com Jesus Cristo, a mesma formação da razão, da vontade e do coração. A liturgia comum constitui uma espécie de pátria do coração e une-nos numa grande família. Aqui, o facto de todos os seres humanos serem irmãos e irmãs não é apenas uma ideia, mas torna-se uma experiência comum real, que gera alegria.

2. E disto nasce, um novo modo de viver o ser homem, o ser cristão. Uma das experiências mais importantes daqueles dias foi o encontro com os 20.000 voluntários da Jornada Mundial da Juventude: No fim, estes jovens estavam visível e «palpavelmente» inundados duma grande sensação de felicidade: o tempo dado tinha um sentido; estes jovens ofereceram, na fé, um pedaço de vida, estes jovens fizeram o bem – sem olhar ao peso e aos sacrifícios que o mesmo exigia – simplesmente porque é bom fazer o bem, é bom servir os outros. Tudo isto é antecedido pelo encontro com Jesus Cristo, um encontro que acende em nós o amor a Deus e aos outros e nos liberta da busca do nosso próprio «eu». Uma generosidade de se dar, que, em última análise, nasce do encontro com Cristo que Se deu a Si mesmo por nós.

3. Um terceiro elemento que vai, de forma cada vez mais natural e central, fazendo parte das Jornadas Mundiais da Juventude é a adoração. Restam inesquecíveis em mim aqueles momentos, quando dezenas de milhares de pessoas, na sua maioria jovens, responderam à presença do Senhor no Santíssimo Sacramento com um profundo silêncio, adorando-O. A adoração é, antes de mais nada, o ato de fé como tal. Deus não é uma hipótese qualquer, possível ou impossível, sobre a origem do universo. Ele está ali. Entramos nesta certeza do amor corpóreo de Deus por nós, e fazemo-lo amando com Ele. Isto é adoração e isto confere depois um cunho próprio à vida

4. o sacramento da Penitência: deixar-se purificar desperta em nós a força positiva do Criador que afasta de nós a tendência contrária ao amor, a tendência para o egoísmo, para se fechar em si mesmo e nos atrai para o alto. 5. última característica da espiritualidade das Jornadas Mundiais da Juventude é a alegria. Donde brota? Como se explica? o fator decisivo é esta certeza que deriva da fé: Eu sou desejado; tenho uma missão na história; sou aceite, sou amado. Somente se Deus me acolher e eu estiver seguro disso mesmo é que sei definitivamente: é bom que eu exista; é bom ser uma pessoa humana. Hoje vemos quão difusa é esta dúvida! Vemo-lo na falta de alegria, na tristeza interior que se pode ler em muitos rostos humanos. A fé faz-nos felizes a partir de dentro. Esta é uma das maravilhosas experiências das Jornadas Mundiais da Juventude.» (2)

Para a 37º Jornada Mundial da Juventude que vamos iniciar em breve fica o sonho do Papa Francisco: «Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs…reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz. O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente! E, como Maria, levemos Jesus dentro de nós, para O comunicar a todos. Neste belíssimo momento da vossa vida, avançai, não adieis o que o Espírito pode realizar em vós! De coração abençoo os vossos sonhos e os vossos passos.» (3)

 

  1. cf. Mensagem do Santo Padre Francisco para a XXXV Jornada Mundial da Juventude 2020
  2. cf. Discurso do Papa Bento XVI por ocasião da troca de votos natalícios com os Cardeais, a Cúria Romana e a família pontifícia. 22 de dezembro de 2011
  3. cf. Mensagem do santo padre Francisco para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude 2022-2023

Categorias

  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Cultura
  • História
  • Política
  • Religião
  • Social

Colunistas

A.Manuel dos Santos

Abigail Vilanova

Adilson Constâncio

Adriano Fiaschi

Agostinho dos Santos

Alexandra Sousa Duarte

Alexandre Esteves

Ana Esteves

Ana Maria Figueiredo

Ana Tápia

Artur Pereira dos Santos

Augusto Licks

Cecília Rezende

Cláudia Neves

Conceição Amaral de Castro Ramos

Conceição Castro Ramos

Conceição Gigante

Cristina Berrucho

Cristina Viana

Editoria GPC

Emanuel do Carmo Oliveira

Enrique Villanueva

Ernesto Lauer

Fátima Fonseca

Flora Costa

Helena Atalaia

Isabel Alexandre

Isabel Carmo Pedro

Isabel Maria Vasco Costa

João Baptista Teixeira

João Marcelino

José Maria C. da Silva...

José Rogério Licks

Julie Machado

Luís Lynce de Faria

Luísa Loureiro

Manuel Matias

Maria Amália Abreu Rocha

Maria Caetano Conceição

Maria de Oliveira Esteves

Maria Guimarães

Maria Helena Guerra Pratas

Maria Helena Paes

Maria Susana Mexia

Maria Teresa Conceição

Mariano Romeiro

Michele Bonheur

Miguel Ataíde

Notícias

Olavo de Carvalho

Padre Aires Gameiro

Rita Gonçalves

Rosa Ventura

Rosário Martins

Rosarita dos Santos

Sérgio Alves de Oliveira

Sofia Guedes e Graça Varão

Suzana Maria de Jesus

Vânia Figueiredo

Verónica Teodósio

Virgínia Magriço

Grupo Progresso de Comunicação | Todos os direitos reservados

Desenvolvido por I9