Esta era a expressão utilizada pelos franceses para justificar sua ação colonial na Indochina. Na guerra, para frear o general Giap que lutava para expulsá-los, os franceses usaram napalm, que chegara ao Vietnã em navio norte-americano. Isto se deu há pouco mais de setenta anos.
Portanto, muito antes de Kim Phuc Phan Thi – aquela menina despida, de 9 anos, cuja foto ganhou as páginas no mundo e parte da guerra,- os vietnamitas já haviam padecido os horrores de tal ataque químico. Quem são os franceses e seus dignitários para pregarem moral? Apelaram até mesmo para napalm tentando preservar sua colônia na Ásia. Quem são os franceses para se intrometerem em questões internas do Brasil?
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“A impressão que se tem do Congresso é a de que os parlamentares, em grande parte, não são capazes de uma visão alta e global do conjunto das coisas. São aves de vôo curto e rasteiro, quando, pelo contrário deveriam ser as asas e os olhos do condor”.
O trecho faz parte das memórias do jurista Goffredo Telles Junior, registradas na obra “A folha dobrada – lembranças de um estudante”.
Em 1999, em entrevista concedida à Folha de São Paulo, Goffredo declarou que não existia democracia no Brasil e, pior, que ela nunca se realizara plenamente entre nós. Ele faleceu em 2009, passado dos noventa. O que dizer dos parlamentares de hoje? São pra lamentar. Se muitos então voavam como galinhas, hoje uns tantos rastejam no lodo, buscando vantagens num faz-de-conta de um grande balcão de negócios.
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“Fui revolucionário durante meus quarenta e três anos de vida consciente e durante quarenta e dois lutei sob as bandeiras do marxismo. Se tivesse de começar tudo de novo trataria, supostamente, de evitar este ou aquele erro, mas no fundamental minha vida seria a mesma. Morrerei sendo um revolucionário proletário, um marxista, um materialista dialético e, em consequência, um ateu irreconciliável”.
O texto encontra-se na capa de “Minha vida – Intento Autobiográfico”, patrocinado pelo Museu Casa León Trotsky. Se o diga-me com quem andas e direi quem és tem comprovação prática, também o “diga-me quem segues”. Irreconciliável não é apenas a condição ateísta de Trotsky, mas sobretudo a dos que se acreditam cristãos sendo trotskystas, leninistas, marxistas, …
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Minha primogênita nasceu no dia de Santa Teresa de Ávila, doutora da Igreja. Há muito li uma de suas biografias e dias atrás adquiri outra, melhor, que aguarda na fila de leituras. Tive a felicidade de visitar com esta filha o convento de Santa Teresa em Ávila.
A Espanha, que surpreende a cada cidade, tem arquitetura e artesanato distintos. Em cada comuna tem-se quase a impressão de visitar outro país, em uma única Espanha. Muito além disto, possui grandes santos, como São João da Cruz.
A muralha preservada de Ávila e seus doces à base de gemas são memórias que ficaram gravadas, mas o ponto alto foi observar a cela monástica de Santa Teresa naquele convento, um dos tantos que ela fundou. Como travesseiro, uma acha de lenha, tosca. Minha filha não deve ter esquecido daquele momento, que a impressionou em seus poucos anos. Muitos haverá que menosprezem, ironizem ou recriminem, como se inútil ou incompreensível fosse a prática espartana da grande santa. Não se lhe dê ouvidos. Porque não enxergam, não compreendem.
Para os que temem o futuro, finalizo com uma manifestação de Santa Teresa de Ávila: “Que nada te perturbe / que nada te apavore / tudo passa / só Deus não muda / a paciência tudo alcança / quem tem Deus / nada lhe falta / só Deus basta”. Intelectual, cultuado, agente revolucionário, Trotsky não compreendeu nada disto.