A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente (Albert Einstein).
HOSPITAL MONTENEGRO
Campeando por antigos fólios do Jornal O Progresso, encontrei dados sobre a inauguração do Hospital Montenegro, que reputo importante trazer ao conhecimento através da coluna. O nosso hospital foi festivamente inaugurado em 22 de fevereiro do ano de 1931. No histórico do hospital encontrei a necessidade e carência da saúde em nossa terra, como segue:
“O ano era 1930 e os atendimentos no município e região na área da saúde eram realizados em pequenas salas. Era latente a necessidade de um Hospital Regional, em face à crescente demanda por serviços médicos.
A tesoureira da OASE era Guilhermina Jahn, mãe do então Intendente (Prefeito na época) da Cidade de Montenegro. E foi ela que liderou a incrível e corajosa missão do grupo de senhoras criado a 19 anos antes, de tornar realidade o sonho de um hospital. A primeira tarefa foi conversar com o filho, que cedeu um terreno da prefeitura.
A partir daí, foram intensas atividades, promoções, campanhas de doações e muito trabalho. Em apenas 1 ano e 2 meses o Hospital Montenegro abria as portas para a região, no dia 22/02/1931”
Dada a importância do evento, o Interventor Federal no Estado, Gen. Flores da Cunha, foi convidado para a solenidade de inauguração. Enviou telegrama para as senhoras Lúcia Hädrich, Roeschen Renner e Guilhermina Jahn, diretoras da Sociedade Evangélica de Senhoras e Senhorinhas, lamentando não poder comparecer, indicando o Delegado de Polícia, Luiz Carlos Reis Flores, para representa-lo. O hospital foi condigna e solenemente inaugurado.
Já no mês de março de 1931 teve grande movimento de pacientes: baixaram 25 pessoas: ocorreu a alta de 15 curadas, 9 em melhor estado de saúde e 1 falecimento. Os Drs. Varelmann e Schmitz realizaram 11 cirurgias de alta complexidade e 9 de pequena. Pelo número de baixas e cirurgias, inegável a necessidade e importância de um hospital em nossa terra.
OUTRAS NOTÍCIAS DA ÉPOCA
O jornal noticiava as internações cirúrgicas de correligionários, eis que o Progresso era “Orgam do Partido Republicano”. Em 3 de julho de 1931 saiu a seguinte nota: “Em 24 de junho findo, no Hospital Montenegro, onde se achava em tratamento, o nosso correligionário MARIANO SILVEIRA submeteu-se a melindrosa intervenção cirúrgica, praticada pelos médicos Hans Varelmann e Maximiliano Schmitz. O senhor Marciano acha-se em vias de restabelecimento, o que folgamos registrar”.
Cirurgias, como a de vesícula, hoje com alta horas depois de realizadas, ao tempo da reportagem eram consideradas de alta complexidade e normalmente o tempo de internação passava de trinta dias (assim foi com a minha mãe, em 1953).
CAFÉ CENTRAL
Em julho de 1931, o senhor PEDRO CIDADE, então proprietário do Bar A Fructifera, decidiu mudar o nome do seu estabelecimento para CAFÉ CENTRAL, introduzindo diversos melhoramentos. Além de café e bebidas em geral, proporcionou ao público diversos frios e quentes, a qualquer hora do dia.
Nessa época o renomeado bar não era na esquina da João Pessoa com a Ramiro; não consegui descobrir sua localização. Até o final dos anos 30 do século passado, naquele prédio histórico, onde hoje está o Bradesco, abrigava a Loja A Barateira, de propriedade de João Barth. A foto que publico data do início dos anos 40 – era uma loja de roupas feitas.
O Café Central ocupou o local depois do encerramento das atividades da loja. No ano 1950, quando aqui cheguei, o Café Central já se localizava naquele prédio.