A Jornada Mundial da Juventude foi manchete nos órgãos de informação, portugueses e estrangeiros.
Cerca de 1,2 milhões de pessoas foram controladas na fronteira no âmbito da JMJ, pelo que o cálculo de um milhão e meio de peregrinos na Missa de encerramento deve estar correcto. É duas vezes e meia a população residente em Lisboa. E notou-se! Em enchentes de alegria.
A Santa Sé informa que estiveram presentes 30 cardeais, 700 bispos e cerca de 10 mil sacerdotes.
Havia 24.000 voluntários, de mais de 140 países de todo o mundo, colaborando na logística, na segurança, nos serviços de saúde, de comunicação, na limpeza, na tradução simultânea através de canais específicos de rádio e em muitas outras funções. Alguns dos voluntários estiveram a trabalhar durante vários meses. Realmente, o resultado foi incrível! Em Lisboa, não há memória de uma coordenação tão perfeita de tantas actividades.
Os voluntários que vieram de fora ficaram a viver em casa de famílias, ocasião de novas amizades e de intercâmbios internacionais. Como o Papa disse, «sempre que alguém pratica um gesto de hospitalidade, desencadeia uma transformação». Viu-se.
As declarações de muitos jovens entrevistados pela imprensa internacional sublinham um aspecto íntimo que talvez não estivesse previsto. Muitos falam de compromisso. Uns decidiram formalizar o namoro, outros falam de vocação. De oportunidade para cada um pensar no seu projecto de vida com generosidade e visão grande.
A Quiterie e o Osmon, da cidade de Paris, começaram o seu namoro na igreja de S. Luís, em Lisboa, junto das relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus.
Talvez tenham ouvido aquele convite do Papa: «…deixando o espaço do conforto pessoal, rumo a um horizonte de sentido».
Ou este desafio: «tende a coragem de substituir os medos pelos sonhos: substituí os medos pelos sonhos, não sejais administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!».
Ou aquela lição no Parque Eduardo VII:
«Não estais aqui por acaso. O Senhor chamou-vos, não só nestes dias, mas desde o início dos vossos dias. Chamou-nos a todos desde o início da vida. Chamou-vos pelos vossos nomes. Como ouvimos na Palavra de Deus, Ele chamou-nos pelo próprio nome. Chamados pelo nome: tentai imaginar estas três palavras escritas em letras grandes e, em seguida, pensai que estão escritas dentro de vós, nos vossos corações, como que formando o título da vossa vida, o sentido daquilo que sois. Tu foste chamado pelo teu nome: tu… além, tu… ali, tu… aqui, e também eu, todos nós fomos chamados pelo próprio nome. Não fomos chamados automaticamente, fomos chamados pelo nome. Pensemos nisto: Jesus chamou-me pelo meu nome. São palavras escritas no coração; pensemos, pois, que estão escritas dentro de cada um de nós, nos nossos corações, e formam uma espécie de título para a tua vida, o sentido do que és, o sentido daquilo que cada um é. Foste chamado pelo teu nome. Nenhum de nós é cristão por acaso, todos fomos chamados pelo nosso nome. Ao princípio da teia da vida, ainda antes dos talentos que possuímos, antes das sombras, das feridas que trazemos dentro de nós, recebemos um chamamento. Fomos chamados, porquê? Porque amados. Fomos chamados, porque somos amados. É belo! Aos olhos de Deus somos filhos preciosos, que Ele cada dia chama para abraçar, para encorajar; para fazer de cada um de nós uma obra-prima única, original. Cada um de nós é único e original, e não chegamos sequer a vislumbrar a beleza de tudo isto».
Para muitos jovens, este apelo traduziu-se num compromisso pessoal. Que quer Nosso Senhor de mim? Que sonho tem Ele para a minha vida?
Disse o Papa: «desejo rezar convosco para nos tornarmos ousados em abraçar o sonho de Deus e encontrar caminhos para uma participação alegre, generosa e transformadora a bem da Igreja e da humanidade. Não se trata duma piada; é um programa».