Skip to content

Férias participadas dão mais gozo

  • Setembro 4, 2023
  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Padre Aires Gameiro

Igreja Paroquial de São Simão de Litém

 

Um ano jubilar não é sonho vazio. É compromisso real vivido na alegria vigilante de ação de graças, em gratidão multiplicada por dúzias de agostos abençoados. Celebram-se 81anos do “sai da tua terra” (Gen 12, 1-5); e convido-te para a missão; os 63 anos de ordenação a fazer memória de Quem consagra e envia, e 75 de ser consagrado para o “vai e faz o mesmo” (Lc.10,25-37). Celebrações todas em família e comunidade paroquial.

Este agosto, começou pela Jornada grandiosa dos jovens até aos 94. Quantos milhões viram JMJ pela TV? Os da IA (Inteligência Artificial) não se atrevem a calcular. Talvez, mais de mil milhões… E trouxe expetativas cristãs que aumentaram com a visita do Papa à Mongólia no dia 31 a visitar um país em paz e uma comunidade católica de cerca de 1500 fiéis. E a tomada de posse da pessoa de referência da Igreja em Portugal, Cardeal-patriarca de Lisboa,  Rui Valério no di 2 de setembro.

Ninguém se jubila só de hospitalidade recebida, mas da que oferece. Sair para férias carregado da JMJ (jornada Mundial da Juventide) com Jesus dá para agradecer e louvar. Recordar o mar de milhão e meio a celebrar encontros de louvor só pode ser entrada jubilosa de férias festivas para dar graças nos locais pela ribeira do Arunca onde se recebeu o dom da vida, a maravilha da filiação divina, junto à fonte e no locus onde pai e mãe, família, comunidade, iniciaram o menino a falar com o Pai que está “antes e acima de tudo” (S. João de Deus).

Recordam-se os já convidados a subir ao Pai e ouvem-se os de hoje a dizer “Pai nosso”. Por ali na paróquia entra-se e participa-se na festa de dons leiloados e cantares de coração a confirmar o júbilo de dizer quem é Ele, como Pedro disse em Cesareia de Filipe, (cf.Mt. 16,15), em nova edição das bodas de diamante, do aniversário de ordenação e do nonagésimo quarto ano de vida e batismo. Não se fica só a ver. Participou-se em Eucaristias em igrejas paroquiais e capelas cheias a festejar Jesus e a Mãe, Maria Virgem de Fátima, com procissões de andores carregados de bolos e notas, em adros engalanados, com grupos corais, filarmónicas, cantares, folclore e conjuntos musicais, alternados com ágapes e refrescos a temperar os 30º e tal graus.

Muita participação, solidariedade, momentos de encontro familiar, conversa de amigos a matar saudades. Todo o adro, rifas, tascas de pasto e cozinhas a funcionar, assinaturas de O Simonense pagas, tudo com voluntariado! Difícil de ver nas festas turístico-culturais formatadas das câmaras municipais com gastos dos impostos dos cidadãos. Aqui o voluntariado domina, os afetos marcam presença, a generosidade anima, ao desafio, comissões e mordomos, escuteiros, catequistas e cantores de grupos corais. Alguns sãos os mesmos porque fazem questão de participar em quase tudo. Aos paroquianos permanentes juntam-se os pertencentes à terra, vindos da diáspora para renovar a pertença e deixar os seus dons.

Preparam-se e participam com gozo e satisfação porque se sentem de dentro. As férias e as festas misturam familiares em convívios, ora mais alargados ora mais pequenos. Os leilões de ofertas das hortas, pomares e currais familiares funcionam como motores de arranque para as festas religiosas juntando centenas de euros de que fica sempre algum saldo para a Igreja. Nem os melindres do que é ou não país laico, de cultura religiosa católica, como é o país há 900 anos, vêm fraturar a vivência alegre. Os poucos que se isolam e retraem, sem aparecer por se sentirem autoexcluídos, não perturbam a festa. E ficam as idas à praia, passeios pelas montanhas, refeições em família ou em restaurantes para os que não se querem misturar.

São agradáveis os tempos de lazer, piqueniques e cavaqueiras de dormideira à sombra. Dá gosto ser convidado a uma imersão nas águas ou nas areias das praias da região, a uma visita informal a locais turísticos de Soure, Vila Nova de Anços, Montemor-o-Velho, Quiaios (cinco vogais!), freguesia ou praia, e Serra da Boa-Viagem com vistas além-Buçaco, Buarcos, Figueira, etc. Observa-se uma ou outra novidade da terra, alojamento local a dar sinal, algum restaurante cheio, e outros sinais de um ano para o outro.

Na igreja de S. Simão de Litém observaram-se, este ano, cerca do dobro de presentes na missa da festa, às 15 horas, com calor de 33º, em relação a anos anteriores, assembleias com poucas crianças e jovens, missas dominicais nalguma igreja sem grupo coral, ao invés de outras com coros notáveis. Ouvem-se comentários às deficiências do som nas igrejas, ou será à falta de treino para ler e falar para grandes assembleias? Problema frequente em várias paragens e dioceses. Alguns até punham a hipótese, a verificar com uma sondagem da percentagem de paroquianos que não vão porque não entendem o que se diz, ou não ouvem bem, entre eles os que se deslocam dos lares paroquiais.

O jubilado sentiu-se bem acolhido e abençoado nestas férias festivas de ação de graças; acolhido, também ao desafio, nas assembleias e por sobrinhos residentes, e os que vieram das periferias e terras da Europa. Houve cavaqueira, leituras e notícias, animadas por pequenas discussões e divergências de opinião.

Ficou a reflexão: será que as férias festivas das paróquias em que vigora a mistura cultural do religioso, sem extremismos laicos (laicistas), concorrem para melhor sadio bem-estar das pessoas em solidão que as polémicas fraturantes das viciadas ideologias políticas? Será que mais participação terá sido devido ao fenómeno grandioso identitário da lusitanidade harmoniosa e reconciliadora da JMJ e não apenas à presença dos emigrantes, como se reza para que seja a visita do Papa à Mongólia e a missão de esperança do novo Patriarca? Deixo a questão para os leitores.

Funchal, 31 de agosto de 2023

Categorias

  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Cultura
  • História
  • Política
  • Religião
  • Social

Colunistas

A.Manuel dos Santos

Abigail Vilanova

Adilson Constâncio

Adriano Fiaschi

Agostinho dos Santos

Alexandra Sousa Duarte

Alexandre Esteves

Ana Esteves

Ana Maria Figueiredo

Ana Tápia

Artur Pereira dos Santos

Augusto Licks

Cecília Rezende

Cláudia Neves

Conceição Amaral de Castro Ramos

Conceição Castro Ramos

Conceição Gigante

Cristina Berrucho

Cristina Viana

Editoria

Editoria GPC

Emanuel do Carmo Oliveira

Enrique Villanueva

Ernesto Lauer

Fátima Fonseca

Flora Costa

Helena Atalaia

Isabel Alexandre

Isabel Carmo Pedro

Isabel Maria Vasco Costa

João Baptista Teixeira

João Marcelino

José Maria C. da Silva...

José Rogério Licks

Julie Machado

Luís Lynce de Faria

Luísa Loureiro

Manuel Matias

Manuela Figueiredo Martins

Maria Amália Abreu Rocha

Maria Caetano Conceição

Maria de Oliveira Esteves

Maria Guimarães

Maria Helena Guerra Pratas

Maria Helena Paes

Maria Romano

Maria Susana Mexia

Maria Teresa Conceição

Mariano Romeiro

Michele Bonheur

Miguel Ataíde

Notícias

Olavo de Carvalho

Padre Aires Gameiro

Padre Paulo Ricardo

Pedro Vaz Patto

Rita Gonçalves

Rosa Ventura

Rosário Martins

Rosarita dos Santos

Sérgio Alves de Oliveira

Sergio Manzione

Sofia Guedes e Graça Varão

Suzana Maria de Jesus

Vânia Figueiredo

Vera Luza

Verónica Teodósio

Virgínia Magriço

Grupo Progresso de Comunicação | Todos os direitos reservados

Desenvolvido por I9