Cada facção política e ideológica se dizendo mais “patriota” que a outra,tendo o Supremo Tribunal Federal à frente se outorgando o direito de definir o que é patriotismo e o que é antipatriotismo, ”criminalizando”, por sua conta, ao largo do poder legislativo, o segundo, essa guerra parece não ter fim.
Na verdade a “Independência do Brasil”, decretada por Dom Pedro I, no dia 7 de setembro de 1822, não disse até hoje a que veio. Se pesarmos bem na “balança” dos interesses do povo brasileiro, antes da independência o povo pagava de impostos 20% sobre tudo que ganhava e produzia à Coroa Portuguesa, da qual o Brasil era Colônia.
Após a “independência” passou a pagar quase o dobro sobre o PIB. “Antes”pagava o “quinto dos infernos”, como a tributação ficou conhecida e originou a Inconfidência Mineira. Depois passou a pagar “dois quintos” (dos infernos), e anda rápido para chegar aos “três quintos”(dos infernos) com a recentes reformas tributária do Governo Lula, fazendo o Brasil disparar na liderança dos que mais cobram impostos no mundo, num regime de extorsão dos trabalhadores e dos produtores jamais vista.
Portanto a tal “pátria” pode ter servido a qualquer um. Menos ao povo, transformado escravo do terrorismo tributário instalado.
Ora, se consideramos a verdade inafastável que no problema finalístico do Estado ele deve ser “meio”, e não “fim”, isso é, deve servir ao povo, e não dele “servir-se”, como é, para a promoção do bem comum, somado à escorchante tributação lançada sobre as costas do povo após a “independência”, a conclusão inevitável é que tanto a independência do Brasil, quanto o falso sentimento de “patriotismo”, explorados na política por pura demagogia, foram males disfarçados de bens que se sobrepuseram aos mais altos legítimos interesses da sociedade brasileira.
E os que vestem essa falsa bandeira do “patriotismo” levam à desagradável conclusão a que chegou Nelson Rodrigues: (1) ”a maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, que são a maioria”; e (2) ”os idiotas vão tomar conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade, eles são muitos”.
Mas os atores desse falso patriotismo não se incluem, certamente, entre os “idiotas”. Eles podem ser tudo, espertos, falsários, demagogos, vigaristas, aproveitadores. Jamais “idiotas”. Mas se valem dessa situação para angariar votos e se elegerem numa democracia deturpada que há muito tempo deixou de ser democracia, e tanto quanto o “patriotismo ” só servem para enganar os incautos.
Patriotismo e democracia são as duas grandes armadilhas usadas pelos canalhas para capturar as consciências ingênuas.
Aos invés de democracia e patriotismo, o que se instalou no Brasil foi a OCLOCRACIA, concebida pelo historiador e geógrafo da Antiga Grécia, Políbio, consistente no regime político da “enganação”, do qual se aproveita a pior escória da sociedade às custas de uma sociedade carente de consciência política amadurecida, tudo sob as “bênçãos” das autoridades competentes.