«A Maçonaria, seja ela operativa ou especulativa, é de tipo gnóstico (a gnose é uma heresia já condenada por Santo Ireneu no século II e que se encontra em todas as ordens iniciáticas). Pretende dar aos seus adeptos uma formação esotérica, um ensinamento secreto que revele o sentido oculto do universo. Todos os rituais acenam aos olhos dos iniciados com a aquisição de uma “tradição primordial” e de uma “Luz “que, na melhor das hipóteses será uma inteligência humana, mas em caso algum a Transfiguração em Cristo. Esta posição tem sido constante desde o nascimento da Maçonaria, a primeira condenação data de 1738, do Pontificado de Clemente XII, sempre a Santa Sé sublinhou o seu caracter inconciliável, não se pode ser simultaneamente católico e maçon». (PODE UM CRISTÃO SER MAÇON? de Dominique Rey)
Os termos “teísmo” e “deísmo” têm o mesmo valor etimológico e deveriam designar as doutrinas que afirmam a existência de Deus, mas o uso que delas se foi fazendo levou a distingui-las e mesmo a opô-las uma à outra, não tendo agora um significado unívoco.
O teísmo é um sistema ortodoxo que contém integralmente a Teodiceia cristã, em oposição ao ateísmo e ao panteísmo; pelo contrário o deísmo é uma concepção racionalista da divindade que tem por base a razão humana e não a Revelação divina.
O panteísmo em sentido amplo no qual Deus se identifica com o mundo, é uma perspectiva ateia e materialista, na medida em que não reconhece a existência de um Deus Criador e Transcendente, mas considera-o diluído na matéria, dotada de uma força ou energia vital que se desenvolve a partir de si mesma, com leis próprias.
Esta concepção ateia de Deus ou panteísmo cósmico ausente de dogmas e superada de espiritualidade, constitui a perspectiva e a interpretação de simbolismo do “Grande Arquitecto do Universo”, o qual não é Deus e muito menos o Deus da Revelação manifestado no Seu filho Jesus Cristo. A tradição maçónica exige a crença em Deus ao mesmo tempo que atribui o nome de Deus ao que não é.
Na sua essência, a maçonaria é filosófica e religiosamente ateia, o Deus teísta não existe para eles. Qualquer norma e princípio são extraídos exclusivamente de dentro do homem, única instância que reconhecem como autoridade moral, como centro e medida de todo o universo.
Esta independência e autonomia ética da maçonaria, traduz-se num relativismo, absolutizando o homem como fonte da sua moral, a qual é aberta, laica e sem referência a qualquer tipo de religião, prescindindo assim duma relação de matriz transcendente para os seus actos, ignorando o conceito de pecado, o sentimento de culpa e aceitando como “verdade” toda e qualquer interpretação pessoal, consciente e considerada com dever humano e natural.
Se a essência da maçonaria é o naturalismo e a essência do cristianismo é a vida sobrenatural, são dois caminhos opostos, logo a fé cristã nunca será conciliável com a Maçonaria. A Igreja Católica é tolerante com as pessoas, mas não abdica nem vacila em relação à objectividade da Verdade.