O Padre António Vieira nasceu em Lisboa em 1608 e morreu no Brasil em 1597 (Foto CNN)
Foi com estupefacção que li que o Rio de Janeiro vai retirar o busto do padre António Vieira, depois de uma lei ter sido aprovada com a finalidade de não deixar mais o município instalar ou manter estátuas ou monumentos que sejam defensores da escravatura.
Já outros monumentos, por todo o mundo, para satisfazer qualquer moda ou em proveito de qualquer ideologia têm seguido o mesmo caminho.
Mas em relação ao padre António Vieira não me vou calar, chamando a atenção para um crime que estão cometendo, e, com a esperança que alguém entenda um pouco da história da humanidade.
Este mundo onde vivemos já viu e viveu com muitos povos e nações, algumas delas vão contra os direitos humanos. Mas é precisamente isso que constitui a história que trás aos vindouros uma aprendizagem de vida. A cultura (segundo EDUARD B.TAYLOR) é o complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outro hábito e capacidades adquiridas pelo homem como membro de uma sociedade.
Talvez consiga que interiorizem realmente o que estão destruindo.
Vou falar um pouco do Padre António Vieira, filósofo, escritor e orador, que pertenceu à Companhia e Jesus e correu mundo a evangelizar, e foi encarregue de muitas missões diplomáticas pelo Rei D. João lV tendo sido sempre contrário à Inquisição. Fernando Pessoa chamou-lhe o “Imperador da Língua Portuguesa”. No Brasil país, onde o vão destruir, e chamo assim pois com certeza outras coisas serão apagadas, pois o padre António Vieira será considerado pessoa non-grata.
Foi defensor dos direitos dos indígenas, combatendo a sua escravização e exploração. Ele foi sempre um estímulo do comércio do Brasil e assim se criou a Companhia Geral do comércio do Brasil (1649).
Lutou contra os colonos portugueses que queriam escravizar os índios do Maranhão, e em 1661 foi expulso do Maranhão pelos senhores de escravos que não aceitavam as suas ideias.
Faz parte da História, não só de Portugal como do Brasil.
Foi também prosador, e orador religioso. É considerado o principal autor de sermões em prosa barroca no Brasil e Portugal, dois povos que se consideram irmãos e era estudado nos nossos livros escolares.
Homem com preocupações para com os mais desfavorecidos é deitado abaixo, sem se calhar terem lido alguma coisa dele.
Estou contra estes oportunismos que eliminam quem faz parte da História, boa ou má. Na História apreende-se tudo e serve para saber o que os nossos antepassados viveram e como nós cá chegámos.
História, cultura são uma lição de vida.