Quando Deus elegeu o seu povo fez-lhe uma promessa que cumpriu, revelou-Se progressivamente aos homens através dos profetas semeando nos seus corações a esperança na Sua vinda para nos salvar, a qual se consolidou em Jesus Cristo.
Uma nova Estrela brilhou no firmamento indicando o lugar onde estava o Menino e através dos séculos, crentes ou não, todos os Homens procuram o Caminho que conduz à Paz, à beleza do Natal, à essência da Esperança que urge reinar neste nosso mundo, cada vez mais assolado por intempéries desoladoras e embrenhado em muitas névoas, como consequência da fraqueza humana.
A salvação prometida projectou-se no mundo e deu início à maior e mais formidável revolução de todos os tempos e lugares, no universo. Desabam os deuses do Olimpo, temperamentais e vingativos, em seu lugar surge um Pai do Céu, meigo, compreensivo, caridoso, que perdoa e não condena, que à vingança sobrepõe o Amor e conduz a um “Caminho” de liberdade, eleva as almas ao nível do sobrenatural, afastando-as, para sempre, da pesada solidão que as escravizava e oprimia, numa vida terrena e térrea, sem sentido e vazia de esperança.
O Homem criado à imagem de Deus e chamado a conhecer e a amar o seu Criador, pode aceder ao Seu conhecimento através do mundo e da própria interioridade humana, pois contém em si a “revelação natural de Deus”.
A época natalícia é, por excelência, um tempo para louvar e regozijar desta bênção que, há mais de dois mil anos caiu sobre nós e revolucionou o coração da humanidade.
A moral cristã não é apanágio do sábio ou duma elite, mas está ao alcance de todos, a fé tem a primazia sobre a inteligência. Ser cristão não consiste em fazer muitas especulações teóricas, nem numa mera luta contra o pecado, mas em amar a Deus com obras e deixar-se amar por Ele.
O ser humano pela sua inteligência ou centelha divina está aberto à Verdade, à Beleza, possui o sentido moral do Bem e goza da liberdade e da voz da consciência que lhe permite querer e poder excluir o mal e optar pelo bem, aspirando ao infinito, pois sente e pressente que é portador duma semente de eternidade, algo que lhe dá a conhecer que não é só matéria finita e corruptível, mas a sua origem está para além do reino animal e vegetal, ele é o resultado da acção divina de Deus criador, imenso, infinito e imortal.
Filho de Deus desde o princípio dos princípios, eleito para Seu povo desde Abraão (século XIX-XVIII a. C.) a David (século IX a. C.), o Homem foi mantendo a esperança da salvação prometida e esperou uma nova e eterna aliança destinada a todos os homens, a salvação que chegaria a todas as nações.
O lugar do nascimento do Salvador do mundo foi Belém de Judá, aldeia Natal de David, porque assim estava escrito pelo profecta Miqueias.
Num oceano de negrura surgiu uma Luz de Esperança, um convite à Salvação, um apelo à Adoração ao Menino nas palhinhas nascido e ao poder divino elevado.
O sinal está dado, à nossa espera para nos guiar temos a Estrela fundada por Jesus – A Igreja – instituída para nos guiar. Adoremo-LO, contemplemos o Presépio e com os Anjos cantemos:
“Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens por Ele amados.”
Feliz e Santo Natal