Skip to content

Como os Monges salvaram a Civilização

  • Janeiro 13, 2024
  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Maria Susana Mexia

 

Os monges desempenharam um papel crucial no desenvolvimento da civilização ocidental, as suas sementes de instrução plantadas pelos mosteiros, foram o cerne da idade Média, a base do nascimento das Universidades e a antecâmara da Idade Moderna.

As formas mais antigas de vida monástica surgiram no século III, eram monges eremitas que se retiravam para os desertos do Egipto em busca da perfeição espiritual. Porém, o monaquismo ocidental teve uma base mais sólida e organizadora graças aos conhecimentos vindos do Oriente com São Basílio, o Grande, de Santo Atanásio e de João Cassiano.

São Bento de Núrsia, um monge, estabeleceu pequenas comunidades de monges em Subíaco, e depois, numa província a sul de Roma, fundou o Monte Cassino. Aqui, por volta do ano 529, compôs a famosa Regra de S. Bento, cuja excelência se tornou universalmente adoptada em toda a Europa Ocidental nos séculos posteriores.

Viviam num nível material comparável ao dos camponeses italianos da época, rezavam, trabalhavam e não faziam acepção de pessoas, todos eram um em Cristo.

Com uma vida humilde, trabalhadora e espiritual a ordem Beneditina aspirava simplesmente a uma dedicação total a Cristo e ao reino de Deus.

Em períodos de grande turbulência, a tradição beneditina manteve-se intacta e as suas casas permaneceram como oásis de ordem e de paz.

Monte Cassino, a casa-mãe dos beneditinos, foi saqueada pelos bárbaros lombardos em 589, destruída pelos sarracenos em 884, arrasada por um terramoto em 1349, pilhada pelas tropas francesas em 1779 e arrasada pelas bombas de Segunda Guerra Mundial em 1944, e sempre foi reconstruida pelos seus próprios monges.

A sua influência e exemplo atraiu muitos poderosos da Europa a acolherem-se ao seu regime espiritual e humilde.

Os mosteiros medievais para além de se dedicaram à cultura, também deram um grande implemento à agricultura – os monges beneditinos foram os grandes agricultores da Europa, transformando-a em terras de cultivo, associando agricultura e oração.

Terras selvagens, desabitadas, pântanos e muitos caos desordenados, os monges introduziam plantações, indústrias ou métodos de produção desconhecidos do povo.

Criação de gado e de cavalos, elaboração de cerveja, criação de abelhas, produção de frutas, comércio de cereais, de queijo e de vinha que utilizavam para a celebração da Santa Missa.

 

 

Houve monges fabricantes de relógios. O primeiro relógio de que há notícia foi construído pelo futuro Papa Silvestre II, para a cidade de Magdeburgo, em 996.

Ser esmoler, cultivar a hospitalidade e hospedar viajantes e peregrinos pobres era uma obra de caridade em que se esmeravam.

Resta-nos acrescentar a honrosa, difícil e exigente tarefa de copistas. Graças ao trabalho dos monges ao copiar ou transcrever grandes obras, como Aristóteles, Cícero, Lucano, Plínio, Pompeu, Ovídio, Horácio, Terêncio e Virgílio, entre outros, que sem este trabalho e empenho se teriam perdido.

Obviamente que o seu maior empenho foi na preservação da Bíblia, com iluminuras artísticas nos Evangelhos cuja sublime beleza toca o divino.

Os mosteiros e as escolas monásticas foram ainda florescentes centros de ensino que lançaram bases para as futuras universidades. Toda a cultura e civilização do mundo antigo, foi conservada e desenvolvida na Idade Média graças aos monges que a protegeram de várias catástrofes sociais e políticas.

Como vimos e ao contrário do que vulgarmente se ousa insinuar, a contribuição monástica para a civilização ocidental foi imensa. Os monges ensinaram as técnicas da metalurgia, introduziram novos plantios, copiaram textos antigos, preservaram a educação, foram pioneiros em tecnologia, mudaram a paisagem europeia, acudiram aos viajantes, resgataram extraviados e náufragos e ainda tiveram tempo para rezar, estar com Deus, sempre orando e trabalhando.* (continua)

*Texto inspirado no livro: COMO A IGREJA CATÓLICA CONSTRUIU A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL de THOMAS E. WOODS JR.

Categorias

  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Cultura
  • História
  • Política
  • Religião
  • Social

Colunistas

A.Manuel dos Santos

Abigail Vilanova

Adilson Constâncio

Adriano Fiaschi

Agostinho dos Santos

Alexandra Sousa Duarte

Alexandre Esteves

Ana Esteves

Ana Maria Figueiredo

Ana Tápia

Artur Pereira dos Santos

Augusto Licks

Cecília Rezende

Cláudia Neves

Conceição Amaral de Castro Ramos

Conceição Castro Ramos

Conceição Gigante

Cristina Berrucho

Cristina Viana

Editoria

Editoria GPC

Emanuel do Carmo Oliveira

Enrique Villanueva

Ernesto Lauer

Fátima Fonseca

Flora Costa

Helena Atalaia

Isabel Alexandre

Isabel Carmo Pedro

Isabel Maria Vasco Costa

João Baptista Teixeira

João Marcelino

José Maria C. da Silva...

José Rogério Licks

Julie Machado

Luís Lynce de Faria

Luísa Loureiro

Manuel Matias

Manuela Figueiredo Martins

Maria Amália Abreu Rocha

Maria Caetano Conceição

Maria de Oliveira Esteves

Maria Guimarães

Maria Helena Guerra Pratas

Maria Helena Paes

Maria Romano

Maria Susana Mexia

Maria Teresa Conceição

Mariano Romeiro

Michele Bonheur

Miguel Ataíde

Notícias

Olavo de Carvalho

Padre Aires Gameiro

Padre Paulo Ricardo

Pedro Vaz Patto

Rita Gonçalves

Rosa Ventura

Rosário Martins

Rosarita dos Santos

Sérgio Alves de Oliveira

Sergio Manzione

Sofia Guedes e Graça Varão

Suzana Maria de Jesus

Vânia Figueiredo

Vera Luza

Verónica Teodósio

Virgínia Magriço

Grupo Progresso de Comunicação | Todos os direitos reservados

Desenvolvido por I9