Nosso autor de hoje tem o nome de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, é de nacionalidade chilena, nasceu em 1904 na zona central do país e morreu em Santiago, em 1973, sendo que desde os dezesseis anos de idade ele adotou seu pseudônimo – por motivos não relevantes, tampouco esclarecedores – como Pablo Neruda.
Ele estudou sempre em seu país e recebeu a educação superior na Universidade do Chile. É considerado um dos artistas mais notáveis e influentes de seu século; também foi senador da República do Chile, pré-candidato à presidência de seu país e embaixador na França.
Pablo Neruda teve três casamentos e uma filha, esta tendo vivido por pouco tempo. Entre distinções que lhes foram outorgadas, a Faculdade de Filosofia e Educação da Universidade do Chile concedeu-lhe, em 1962, o título de membro acadêmico “em reconhecimento à sua vasta obra poética de estatura universal”. Em 1965, o autor recebeu o doutorado honorário da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Além disso, o escritor Gabriel García Márquez referiu-se a Neruda como “o maior poeta do século XX em qualquer idioma, e ainda o crítico literário Harold Bloom – professor de humanidades da Universidade de Yale – observou: “Nenhum poeta do hemisfério ocidental de nosso século se compara a ele”, e o considera um dos vinte autores centrais de nossa literatura de todos os tempos.
Em 1971, Neruda recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, o qual lhe foi entregue com as seguintes palavras: “pela poesia que, com a ação de uma força elementar, dá vida ao destino e aos sonhos de um continente”; e o povo de seu país manifestou-se nas publicações assim: “nos sentimos mais importantes, mais chilenos”. Em 1972, foi nomeado membro do Conselho Consultivo da Unesco, no ano seguinte, 1973, renunciou ao cargo na embaixada francesa. Morreu em seu país, por causas talvez suspeitas de envenenamento.
Aproximadamente cinquenta coletâneas poéticas compõem seu acervo literário, mais vinte e cinco publicações póstumas, uma discografia, tributos, álbuns, artes cénicas, vários estabelecimentos educacionais que portam seu nome e ruas idem.
A obra de Neruda apresenta as características seguintes: a introspecção, o saudosismo, a melancolia, a temática amorosa, o elementos do cotidiano, a valorização da identidade latino-americana. Nessa riqueza de ideias e de literatura, destacamos dois poemas; “Amazonas” e “Posso escrever os versos mais tristes esta noite…”.
Primeiro: o poema “Amazonas” faz parte da obra ‘Canto geral’, um dos livros mais conhecidos de Pablo Neruda devido a seu teor social, pois foi escrito em louvor à América; essa obra é composta por versos livres e fala sobre o rio Amazonas, caracterizado em seus dizeres, como “capital das sílabas da água”, “pai patriarca” e “eternidade secreta das fecundações”: “Amazonas, / capital das sílabas da água, / pai patriarca, és / a eternidade secreta / das fecundações, / te caem os rios como aves, te cobrem / os pistilos cor de incêndio, / os grandes troncos mortos te povoam de perfume, / a lua não pode vigiar-te ou medir-te. / És carregado de esperma verde / como árvore nupcial, és prateado / pela primavera selvagem, / és avermelhado de madeiras, / azul entre a lua das pedras, / vestido de vapor ferruginoso, / lento como um caminho de planeta.”
Segundo: “Posso escrever os versos mais tristes esta noite…” é um poema que deixa clara uma imensa tristeza por não poder estar com a pessoa amada, por querer e não poder, por querer e não ter, por sonhar e acordar; um sonho que ocupa grande parte de seu tempo e de seus pensamentos. “Posso escrever os versos mais tristes esta noite. / Escrever, por exemplo: ‘A noite está estrelada, / e as estrelas tremem de frio, azuis, ao longe’. / O vento da noite rodopia no céu e canta. / Posso escrever os versos mais tristes esta noite. / Eu a amava, e às vezes ela também me amava. / Em noites como esta, eu a tive em meus braços. / Eu a beijei tantas vezes sob o céu infinito. / Ela me amava, às vezes eu também a amava. / Como eu poderia não ter amado seus grandes olhos fixos.”
Finalmente, podemos afirmar que Pablo Neruda tem sido, há décadas, um daqueles artistas cuja sensibilidade e talento para a poesia lírica não são contestados; sua fama internacional é geralmente considerada inquestionável.
Em 1971, quando o autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, ele tem sido admirado e reconhecido por seu grande trabalho, e não é coincidência que sua poesia agrade a todos os tipos de pessoas. Nesta modesta exposição sobre a qualidade da escrita do autor e sobre a coletânea de poemas do mesmo, nós revelamos por quê seus versos entraram para a história da literatura mundial: o significado de suas obras abrange o que lemos e o que sentimos.
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