Esta efeméride assinalou-se pela primeira vez em 1950 por iniciativa das Nações Unidas, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas que as crianças então enfrentavam. Neste dia, os Estados-membros reconheceram que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social, país de origem, têm direito a afeto, amor e compreensão, alimentação adequada, cuidados médicos, educação gratuita, proteção contra todas as formas de exploração e a crescer num clima de paz e fraternidade.
A Educação dos Filhos e as Novas Tecnologias
Atualmente, é especialmente urgente voltar a inculcar o sentido cristão no seio de tantas famílias. A tarefa não é simples mas é, sim, apaixonante. Adquire então particular importância na consecução deste projecto a educação dos filhos.
Na educação estão implicados tanto os filhos como os pais, primeiros educadores. É uma comunicação vital, que não só constrói uma relação profunda entre educador e educando, mas que faz ambos participarem na verdade e no amor, meta final a que cada Homem está chamado por Deus.
As novas gerações nasceram num mundo interligado ao qual os seus pais não estavam acostumados. Acedem muito cedo à internet, às redes sociais, aos chats, às vídeo-consolas. A sua capacidade de aprendizagem neste âmbito avança ao mesmo ritmo vertiginoso com que se desenvolvem as tecnologias.
Crianças e jovens estão expostos a um universo aparentemente sem fronteiras. Esta situação oferece uma grande quantidade de benefícios, mas, ao mesmo tempo, comporta alguns riscos que tornam ainda mais necessária a proximidade e a orientação dos pais.
A realidade apresenta factos que não se podem ignorar; por exemplo, que a sobre-exposição das crianças aos monitores foi associada a riscos de saúde como a obesidade, e a condutas agressivas ou problemáticas na escola. Os filhos podem comunicar com um vasto auditório as suas mensagens, vídeos, fotografias serem amplamente difundidas sem que eles disso tenham consciência. Além disso, devido à gratuitidade de acesso aos diferentes conteúdos podem conectar com sites, mensagens e pessoas nada recomendáveis, é bom que desde crianças se incute que também na utilização das novas tecnologias é necessário o exercício das diferentes virtudes, nomeadamente a temperança, fortaleza e prudência.
Ao abordarmos o uso das tecnologias com os mais novos é de salutar que mostremos a grande vantagem que estas nos dão, nomeadamente na acessibilidade rápida a noticias e a bons conteúdos, uma melhor e mais rápida comunicação e que se trata apenas de mais um grande desafio e temos duas hipóteses ou dominamos as novas tecnologias ou estas nos dominam.
Toda a educação deve ter um plano e também nesta área este não deve faltar. A infância é o momento em que se começa a praticar as virtudes e a aprender o bom uso da liberdade. É nesta fase que se forja mais facilidade o carácter. Não é aconselhável dar aos filhos de tenra idade dispositivos electrónicos avançados, Estes a existirem devem ser propriedade familiar,
Ao mesmo tempo que as crianças conhecem os benefícios e os limites do mundo digital, convém ensinar-lhes o valor do contacto humano directo. Será nesta fase de crescimento que os pais devem incutir moderação (impondo horários) no uso das tecnologias dando espaço para que os seus filhos tenham outras formas de lazer; ler, ir a casa de amigos e familiares mais velhos que nenhuma tecnologia pode substituir.
“Educar é dotar as pessoas de uma verdadeira sabedoria, que inclui a fé, para entrar em relação com o mundo; equipá-las com suficientes elementos na ordem do pensamento, dos afetos e dos juízos “ , Bento XVI. Na adolescência a formação adquire-se livremente. Os pais devem sobretudo dialogar. É importante explicar o porquê de alguns comportamentos, entendidos, talvez, pelo jovem como formalismos; ou as razões de fundo de alguns modos de atuar que para esta facha etária são tidos, muitas vezes como limites, e que na realidade não são simples proibições mas grandes afirmações nas quais se forja uma personalidade autêntica, que sabe ir contra corrente. Incutir o respeito pelos outros, a necessidade de viver a temperança e a modéstia, etc.
O trabalho dos pais é facilitado quando conhecem os interesses dos filhos. É crucial criar um clima de confiança suficiente para que se sintam à vontade falando do que os atrai, de saber o que lhes interessa e, se for o caso, partilhar tempo e interesses com eles.
Há jovens que escrevem blogs ou usam as redes sociais, e os pais não os conhecem ou nunca leram nenhum dos seus textos, pelo que o filho pode pensar que o que eles fazem não interessa ou não agrada aos pais. Para alguns pais, ver com certa frequência o que escrevem e criam os seus filhos na internet suporá uma grata descoberta e um motivo de enriquecimento da conversa e da vida familiar.
Se na rua, a um filho não ocorre falar com a primeira pessoa com que se cruza, na rede, também não. Uma fluida comunicação familiar ajudará a entender tudo isto e a criar um ambiente de confiança no qual se possam resolver as dúvidas e expressar as incertezas.