O mês de Julho é tradicionalmente dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. No mês passado a Igreja dedicou-o ao Sagrado Coração, coração este que já não estando a bater, não deixou derramar o pouco sangue que ainda restava. Nada ficou por dar, através dessa dádiva brotou a vida. Que vida? A vida da futura Igreja cujos membros naquele momentos estavam dispersos, desanimados, à excepção de Maria Santíssima.
Não deixa de ser curioso que no dia três deste mesmo mês se comemore a festa de S. Tomé o único apóstolo que toca no lado aberto de Cristo, fazendo uma das mais belas profissões de fé de todos os tempos. S. João reclinou-se no peito de Cristo na Última Ceia, colocando a sua cabeça sobre o Coração de Jesus, acedeu de modo admirável à essência do seu mestre, escrevendo numa das suas cartas “Deus é Amor”, S. Tomé toca, apalpa esse amor, torrando-se um dos apóstolos que percorreu até terras bem longínquas, a testemunhar esse Amor que ele tinha apalpado com as suas próprias mãos.
No monte Sinai é estabelecida aliança e Moisés esparge com sangue de animais, mas agora aliança é realizada com o sangue de Jesus que é vítima e sacerdote em simultâneo, aliança eterna, caducando todos os sacrifícios feitos com animais, como é referido na epístola aos Hebreus. A aliança com os esposos tem por sinal um anel, mas aliança que Cristo tem com cada um de nós tem por sinal o Seu sangue.
Ao recebermos o Corpo e Sangue de Jesus na Sagrada Comunhão, também tocamos o Seu amor e por isso pedimos em oração “ “Sangue de Cristo inebriai-me”, ele vai correr nas nossas veias, queremos ser empapados por esse sangue que nos vai dar força para vencer os desafios que iremos encontrar, mas também temos de dar o “nosso sangue”, sermos um dom para os outros e sermos de tal sorte que se possa dizer “Este lê a vida de Cristo, como animava S. Josemaria Escrivã. Este grande santo, explicava aos seus filhos que os amava muito pois via o sangue de Cristo a bulir neles.