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Ser Mãe

  • Junho 13, 2022
  • Conexão | Brasil x Portugal
  • Helena Atalaia

A Maternidade é um dom maravilhoso. Em cada filho, a nossa vida altera-se. Crescemos mais e melhor.  Mas educar é uma arte difícil e muitas vezes dolorosa. Pensamos, questionamos e questionamo-nos nesse processo delicado. Pois temos a noção, ou o medo, que podemos transformar ao longo dos anos um bebé delicado num estafermo sem tamanho! E ainda por cima, não há receitas, pois não há dois iguais… Mas há orientações e essas são preciosas.

Tenho observado com mais atenção como muitas crianças e jovens não sabem relacionar-se com educação e cortesia. Entre eles, e com pessoas mais velhas. Cabe aos pais a função de educar. Não nos podemos pôr à margem dessa necessidade. Nem colocar a expectativa, que será o meio escolar, ou outro qualquer, a realizar a função dos pais.

As crianças e os jovens têm de aprender a respeitar os pais, irmãos, avós, professores, os mais velhos, os mais fracos. E isso aprende-se na família. Ao sermos respeitados e amorosamente ensinados somos ensinados a respeitar. Que sociedade queremos criar se não cumprirmos o nosso papel enquanto educadores?

Hoje em dia, as mães e as famílias têm muitas dúvidas das suas competências. Mas o que podemos errar, parece-me bem maior quando omitimos a nossa função de educar. As nossas mães não tinham tanta informação mas tinham uma certeza – amo os meus filhos e faço o melhor por eles! – Isto continua a ser verdade hoje, mas em vez de certezas, temos muitas dúvidas, muitas opções, muita literatura e muita confusão!

O que se pode e não pode fazer, dizer, vestir, quanto tempo posso estar na internet? Parece que pode tudo desde que nos apeteça. Mas, não é verdade. Os nossos filhos não são diferentes de nós na necessidade de orientação, de luz no caminho. Precisam, como nós precisámos, e continuamos a precisar, de verdade e não de mentiras. Mentiras que tudo podemos fazer desde que queiramos; que só nós importamos. O nosso “eu” parece ser agora o centro do universo e uma aparente felicidade, o nosso caminho sagrado. Independentemente do quanto possamos magoar os outros no percurso.

Importa o que fazemos no nosso caminho e no caminho que cruzamos com os outros. E, é uma crueldade criar as crianças e jovens sem esse conhecimento. Perceba-se sem se saberem relacionar com educação, cortesia, amabilidade, respeito por si próprio e pelos outros. Enfim, com amor.

Para isso, contamos com quem nos ensinou. Os nossos pais, os seus exemplos, as coisas boas e as menos boas; tudo serviu para nos construir, para nos dar uma tela onde fazemos a nossa história. E além de tudo, contamos com tantos e bons recursos.

As mães têm uma função muito bela. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica – A Alegria do Amor – dá-nos tantas e belas mensagens sobre a maternidade, a família e os desafios que a sociedade enfrenta, e que nos pode ajudar neste tema. Alerta-nos: “Há que considerar o crescente perigo representado por um individualismo exagerado que desvirtua os laços familiares e acaba por considerar cada componente da família como uma ilha, fazendo prevalecer, em certos casos, a ideia de um sujeito que se constrói segundo os seus próprios desejos assumidos como carácter absoluto”. Mas também nos deixa uma mensagem de esperança: ” De facto, as mães são o antídoto mais forte contra o propagar do individualismo egoísta. São elas que testemunham a beleza da vida”

Por isso, e para todas as mães que não se sentem suficientemente valorizadas, não se esqueçam que isto é entre Deus e cada uma de nós, nunca foi entre nós e a sociedade.

Muito embora, a nossa fé como nos diz o Papa: ” não nos tira do mundo, mas insere-nos mais profundamente nele”. A sociedade só fica a ganhar com o trabalho e o amor de uma mãe, embora incompreensivelmente não o saiba reconhecer devidamente.

Mas o que realmente interessa, é saber porque o faço. E como em qualquer trabalho, o que me realiza verdadeiramente, não é o que faço, mas porque o faço. Como o construtor, saibamos que não estamos apenas a colocar umas pedras mas a construir uma catedral.

A Maternidade é fonte de crescimento interior intenso e de busca incessante de Deus. E quando um filho nos escreve um poema aos 7 anos, leva-nos a estas reflexões, lembra-nos esse amor gigantesco, essa admiração maravilhosa que tínhamos e sempre teremos pela nossa mãe. E como é belo vermos a história repetir-se nos nossos filhos. E esse amor incondicional, transporta-nos para o modelo de Maternidade que nunca nos defrauda -Maria. Escreveu o Santo Padre João Paulo II – “Maria é modelo incomparável de acolhimento e cuidado da vida”

Porque para educarmos é preciso nos educarmos, deixo um pensamento de S. João da Cruz:

“O remédio custoso, como o é tudo aquilo que tem valor – está em procurar o verdadeiro centro da vida humana, o que pode dar uma hierarquia, uma ordem e um sentido a tudo: a intimidade com Deus, mediante uma vida interior autêntica”

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