Trump é a primeira mulher negra a ser eleita Presidente dos EUA?
Quem inventou o alfabeto, há milénios, não pensou que serviria também para enumerar as aberrações da ideologia do género. Sobretudo, ficaria espantado por as letras não chegarem. A lista começa habitualmente por LGBT e costuma terminar com o sinal + a simbolizar a infinidade de letras que vêm a seguir. Por exemplo, a letra X corresponde a xenogénero, que designa quem não se identifica com o género humano, mas com um género animal, vegetal ou mineral. O alfabeto acaba em Z, mas os desvarios continuam muito para além de Z.
Como se chegou a este ponto? Por um caminho cheio de contradições.
Começou por se contrapor o «género» à realidade anatómica do sexo. O «género» seria uma construção cultural e social imposta, independente da anatomia, que nos formatava, desde pequenos, para sermos do género masculino ou do género feminino.
Deste completo exagero evoluiu-se para a sua contradição: o «género» seria uma percepção individual não objectivável, uma auto-determinação do indivíduo, sem relação com o corpo ou com a sociedade.
Passou-se do extremo de o género ser uma imposição colectiva para o extremo de ser imposto à sociedade pelo arbítrio individual.
Tudo é contraditório na ideologia de género. Se não é doença uma pessoa com corpo de mulher considerar-se homem, por que é que o Serviço Nacional de Saúde deve pagar para lhe mudarem as características sexuais? Contraditório nem sempre quer dizer reversível, porque as terapias hormonais e as mutilações genitais provocam uma destruição irreparável. Contraditório é o oposto de liberdade, porque estas terapias condenam as vítimas, mesmo menores de idade, para toda a vida. E não lhes chamam «terapias de conversão», como são realmente, mas «emancipação do corpo» e «dinâmica libertadora»!
Alguns elementos da campanha de Trump sugeriram que ele se apresentasse, na tomada de posse, como a primeira mulher negra que chegou a Presidente dos EUA. Para além do momento de humor, obrigaria os jornais a concordar com o facto de que uma mulher negra chegara a Presidente. Porque, de acordo com a legislação em vigor, criada pelos defensores da ideologia do género, se algum jornal pusesse isso em causa, seria condenado por discurso de ódio. Não sabemos se Trump vai aproveitar este pretexto para fechar os jornais que se lhe opõem, o que é óbvio é que as ideias loucas têm consequências incontroláveis.
A ideologia do género começou por ser uma luta das mulheres contra o patriarcado e agora obriga as mulheres a admitirem homens nas competições desportivas femininas e obriga-as a partilharem as casas de banho com homens. Cúmulo da contradição! Em nome da luta contra o machismo, subjuga as mulheres aos caprichos dos homens!
Mas a ideologia do género é isto, um saco de noções contraditórias, fluídas, mutáveis. Tudo é precário e convencional e…— não poderia haver maior paradoxo! — querem obrigar-nos a submetermo-nos a esta loucura e a acompanhá-la nas suas mutações. O Director de um agrupamento de escolas contava-me, há dias, que um aluno quis passar a chamar-se com um nome de rapariga, e ao fim de pouco tempo voltou a querer ser rapaz, e novamente rapariga… A decisão da escola foi dizer-lhe que só podia mudar de género uma vez por ano. Claro que em Portugal esta limitação é ilegal e o menor tem direito a alterar, quantas vezes quiser, o nome por que a lei nos obriga a tratá-lo, o nome que consta das pautas escolares, etc. A lei diz até que o Estado tem o dever de promover (sic) esse direito.
Em nome da liberdade, impõe-se à sociedade e aos Estados que reconheçam as percepções de identidade que passam pela cabeça de cada um, não faltando consequências penais contra quem não estiver disposto a alinhar com esta ditadura do individualismo.
Um dos frutos ditatoriais desta ideologia é a lei portuguesa que aplica as penas mais severas àquilo que chama as «terapias de conversão». Nome contraditório, como tudo nesta loucura decadente, porque não são as terapias honestas que fomentam a mudança, pelo contrário, ajudam a pessoa, com todo o respeito, a compreender o que é.
A ditadura de género invoca a autoridade da ciência, mas também isso é contraditório, porque esta ideologia rejeita precisamente o carácter objectivo da realidade. Não há objectividade nem argumentos! Tudo é mutável e irracional!
Nem há letras suficientes no alfabeto.