Esta última semana temos assistido a uma cena lamentável entre os principais políticos.
A Assembleia da República que deveria ser o palco de reflexão e de decisões capazes de nortear o desenvolvimento para o nosso país mais parece um recreio de meninos mimados que disputam uma bola “se não me dás a bola eu não te dou o chupa que tanto gostas” ou pior “ou dás a bola ou nunca mais falo contido”.
É este tipo de diálogo que escutamos do nosso atual Primeiro Ministro com o lider do maior partido da oposição “dás mais a esse e eu dou mais aquele” esquecendo que o dinheiro não é de nenhum deles, mas nosso, daqueles que através do rendimento seu trabalho, muito custosamente, pagam os seus impostos. Custosamente porque através deste discurso percebe-se que o sacrifício vai satisfazer o umbigo de alguns senhores que nada tem a ver com a prosperidade de um país! A piorar a situação é a total demissão do Senhor Presidente da República que deveria ter já posto fim a este triste espectáculo!
Infelizmente a frivolidade dos nossos políticos não é apenas do foro financeiro. O que se está a passar com o assunto do INEM não tem qualificação. A Senhora Ministra deveria ser demitida? Talvez! Mas quem deveria ser substituído era o Parlamento em bloco, com outros deputados sem haver eleições se a Constituição o permitir!
Por que escrevo isto? O motivo é simples: da direita à esquerda, ninguém se indignou por ser possível a emergência médica fazer greve. Há anos foi deliberada a proibição dos professores fazerem greve aos exames pois o bem que estava em causa ( o futuro profissional dos alunos) sobrepunha-se ao interesse da luta laboral dos docentes. Agora estamos perante situações onde o fator tempo pode ser decisivo na vida de uma pessoa e já é possível fazer greve.
Não tenho qualquer dúvida que devia ser proibida a greve neste setor tal como o é, no caso dos militares. Era isso que devia estar a ser discutido e não tanto, na minha opinião , a demissão de uma ministra!
Este episódio contrasta com a vida de um médico e pai de família com diversos filhos que faleceu na semana passada e hoje foi celebrada a Santa Missa de 7º dia. Todos eram unânimes em se tratar de um senhor muito santo, excelente pai de família e um médico que não fez mais do que servir os seus doentes!
Ao ouvir isto e conhecendo a categoria de vários dos seus filhos enche-me de alento e pensei “enquanto tivermos pessoas como estas o mundo ainda não está perdido!”. Aprendemos com estes exemplos que não fazem manchetes de jornais nem abrem telejornais, mas são na realidade o grande motor de um país mais próspero.