Nosso autor de hoje, Thomas Stearns Eliot – ou simplesmente – T. S. Eliot nasceu em Saint-Louis no meio oeste dos Estados Unidos, e faleceu na Inglaterra, país em que recebeu a Ordem de Mérito (OM), em reconhecimento de serviços prestados na literatura e promoção da cultura.
Eliot foi um poeta, dramaturgo e crítico de língua inglesa, considerado um dos representantes mais significativos do modernismo literário do século XX. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1948 por sua notória contribuição para a poesia. Primeiramente, Eliot estudou filosofia e literatura em Harvard, depois um ano de estudos na Sorbonne e a seguir uma estada na Universidade de Marburg, em 1914.
Ele emigrou para Londres no início da Primeira Guerra Mundial, onde passou a morar, enquanto trabalhava como professor. Entre 1917 e 1925, passou a trabalhar no departamento de estrangeiros do Lloyds Banking Group, até ingressar na editora Faber and Faber, onde permaneceu durante décadas. Adiante e durante mais a década de 1920, ele passou muito tempo em Paris.
Em 1927, tornou-se cidadão britânico e ingressou na Igreja da Inglaterra. O primeiro sucesso de Eliot como escritor ocorreu em 1915 com a The Love Song of J. Alfred Prufrock (A canção de amor de J. Alfred Prufrock), mas seu reconhecimento internacional ocorreu em 1922 com The Waste Land (A terra devastada), um dos poemas mais influentes do século XX, e seus últimos trabalhos, como The Hollow Men (Os homens ocos), Ash Wednesday (Quarta-feira de Cinzas) e Four Quartets (Four Quartets), são igualmente considerados.
Vamos nos aproximar de alguns poemas de Eliot para que desfrutemos de sua poesia; “Quatro Quartetos (Excertos): East Coker.”
Primeiro: ‘Em meu princípio está meu fim. Uma após outras / As casas se levantam e tombam, desmoronam, são ampliadas, / Removidas, destruídas, restauradas, ou em seu lugar / Surgem um campo aberto, uma usina ou um atalho. / Velhas pedras para novas construções, velhas lenhas para novas chamas, / Velhas chamas em cinzas convertidas, e cinzas sobre a terra semeada, / Terra agora feita carne, pele e fezes, / Ossos de homens e bestar, trigais e folhas. / As casas vivem e morrem: há um tempo para construir / E um tempo para viver e conceber / E um tempo para o vento estilhaçar as trêmulas vidraças / E sacudir o lambril onde vagueia o rato silvestre / E sacudir as tapeçarias em farrapos tecidas com a silente legenda.’ //
Segundo: ‘Em meu princípio está meu fim. Agora a luz declina / Sobre o campo aberto, abandonando a recôndita vereda / Cerrada pelos ramos, sombra na tarde, / Ali, onde te encolhes junto ao barranco, quando passa um caminhão, / E a recôndita vereda insiste / Rumo à aldeia, ao aquecimento elétrico / Hipnotizada. Na tépida neblina, a luz abafada / É absorvida sem refração, irrefratada, pela rocha cinzenta. / As dálias dormem no silêncio vazio. / Aguarda a coruja prematura.’ Terceiro: ‘A este campo aberto / Se não vieres muito perto, se muito perto não vieres, / À meia-noite de verão, poderás ouvir a música / Da tíbia flauta e do tambor pequenino / E vê-los a dançar ao redor do fogo / Homem e mulher ajuntados / Bailando na dança que celebra o matrimônio, / Esse digno e cômodo sacramento. / Deus e deus, necessária comunhão, / Huns aos outros enleados pelo braço ou pela mão, / Na dança que anuncia a concórdia. Girando e girando ao redor do fogo / Saltando por entre as chamas, ou reunidos em círculos, / Rusticamente solenes ou em rústico alvoroço / Erguendo os pesados pés que rudes sapatos calçam / Pés de terra pés de barro, suspensos em campestre alegria, / Alegria dos que há muito repousam sob a terra / Nutrindo o trigo. Mantendo o ritmo / Mantendo o ritmo de sua dança / Como em suas vidas nas estações da vida / O tempo das estações e das constelações / O tempo da ordenha e o tempo da colheita / O tempo da cópula entre homem e mulher / E o das bestas. Pés para cima, pés para baixo, / Comendo e bebendo. Bosta e morte. / Desponta a aurora, e um novo dia / Para o silêncio e o calor se apresta. O vento da aurora / Desliza e ondula no mar alto. Estou aqui, / Ou ali, ou mais além. Em meu princípio.’ (…)
Terceiro: ‘Para chegares ao que não sabes / Deves seguir por um caminho que é o caminho da ignorância. / Para possuíres o que não possuis / Deves seguir pelo caminho do despojamento. / Para chegares ao que não és / Deves cruzar pelo caminho em que não és. / E o que não sabes é apenas o que não sabes / E o que possuis é o que não possuis / E onde estás é onde não estás.’ ”
Para concluirmos os ensinamentos que o sábio T. S. Eliot nos proporcionou, buscamos algumas de suas frases:
“Só os que se arriscam a ir longe demais são capazes de descobrir o quão longe se pode ir.”
“Numa terra de fugitivos aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo.”
“A única sabedoria que uma pessoa pode esperar adquirir é a sabedoria da humildade.”
“Não deixaremos de explorar e, ao término da nossa exploração deveremos chegar ao ponto de partida e conhecer esse lugar pela primeira vez.”
“A poesia não é um modo de libertar a emoção, mas uma fuga da emoção; não é uma expressão da própria personalidade, mas uma fuga da personalidade.”
Bons pensamentos a todos e bom proveito com o que o poeta nos ensina