Minha mãe é amor que dá alento
Está em mim, amor vivo, a viver
E me religa ao pai e irmandade
A mente e coração enternecer
De felizes memórias mil e saudade.
Quem me disse “é tua mãe” foi meu pai;
Quem me disse “é teu pai” foi minha mãe;
Meus pais diziam: “teus irmãos e irmãs”.
E clamam: é mamã, é o papá.
E sorriem mil vezes ao mimão.
Mãe dá colo, papá acaricia,
Vizinhos fazem festas ao menino,
Irmãs mostram sorrisos, em alegria,
Pegam-lhe os padrinhos sem parar
E dizem: é bem lindo, Ti Joaquina!
Aos seis do petiz, mãe diz à amiga:
É o Aires, o mais novo, “não o esperava”
Vai nos sete, este ano entra na escola
De rapazes do professor Guerra,
É menino de boa cabeçola.
Lembro bem minha mãe a me deitar
No berço a me embalar com terno canto:
“Com Deus me deito, com Deus me levanto
Em nome do Pai, Filho e Sprito Santo”
E, aos sete, em família, o terço orar.
À missa junto dela ia rezar,
E, crescido, assistia com o pai,
Até aos treze, à frente do altar,
Quando, abençoado por pai e mãe,
Parti para ser quem gosto de ser.