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Do Imperador Dom Pedro II ao Presidente Lula

  • Maio 2, 2025
  • Cultura
  • Sérgio Alves de Oliveira

É muito difícil encontrar uma explicação para a volúpia e o radicalismo  com que as principais autoridades públicas-principalmente judiciárias do STF e TSE-tomam partido defendendo uma (pseudo)democracia, ou seja, defendendo uma falsa democracia que desejam impor como a única, a verdadeira , “goela-abaixo” dos brasileiros.

Nessa postura estúpida das autoridades brasileiras, por exemplo, se o advogado não tiver extrema cautela  em peticionar em juízo e ferir os melindres “democráticos “dessa casta de “excelências”, provavelmente vai se dar muito mal e parar atrás das grades.

Essas “excelências “confundem  democracia com oclocracia, que é o modelo político que seguem com fidelidade canina, e que foi introduzido formalmente  na literatura política por Políbio , filósofo, historiador e geógrafo da Antiguidade Grega.

Mas dois séculos antes de Polibio, Aristóteles havia concebido as formas de governo PURAS e IMPURAS. Nas formas puras estariam a monarquia (governo de um só),a aristocracia (governo dos melhores),e a democracia (governo do povo escolhido pelo povo); as impuras seriam as formas puras corrompidas, respectivamente, a tirania (monarquia vilipendiada),a oligarquia (aristocracia às avessas),e a demagogia (os demagogos se apoderam da democracia).

Trabalhando sobre a classificação aristotélica, Polibio substituiu a  demagogia (corrupção da democracia)pela OCLOCRACIA, que o tempo mostrou estar mais correto, pois via de regra a maior parte dos políticos não é somente demagoga, porém ladra e mentirosa, acumulando nas suas “carcaças”os piores vícios humanos.  Exceções existem. Mas dá para  contar nos dedos.

Nessas condições, a maior parte do  mundo que se acha democrático é antes de tudo “oclocrático”, com destaque especial ao Brasil, que talvez lidere esse “ranking”. E os Três Poderes foram contaminados pelos vícios da oclocracia, pois se afastaram totalmente da ética que deveria pautar a política, no dizer de Aristóteles em “A Política”.

Mas afinal de contas o que seria a oclocracia? Olhe-se o Brasil e não haverá melhor definição desse modelo corrompido da democracia. Em primeiro lugar, na oclocracia os políticos fazem  da ciência e arte de administrar um povo, uma profissão. Discursam a  defesa do povo e trabalham em proveito próprio. Existem exceções, claro. Mas contam-se nos dedos.

O pior em tudo isso é que esses políticos conseguiram incutir na cabeça do povo as “maravilhas”dessa (pseudo)democracia, que surgiu acoplada à REPÚBLICA  na Proclamação da de 1889 . E mais recentemente, para darem andamento  a uma exigência (hipócrita) da Constituição de l988,fizeram um, plebiscito “fantasia” e, claro, deu república (e democracia) .

Mas se considerarmos verdadeira  a colocação de  Aristóteles de  que “ não importa a forma de governo, mas sim a  VIRTUDE no seu exercício”( A República), e  analisarmos essa dicotomia entre república e monarquia, especificamente no Brasil, e no interesse do povo, considerando, por exemplo, o reinado de Dom Pedro II (1831 a 1891),na monarquia, e os governos de Lula da Silva (10 anos a partir de 2003),em plena “república democrática”, como suas excelências gostam (e exigem),certamente a república e a democracia irão perder para a monarquia. Os melhores governos não foram os da democracia, porém os da monarquia.

Quem era Dom Pedro II ?

Talvez a  maioria dos professores de  história prefere “esquecer” que a família real não possuía  escravos e que os seus empregados eram livres, ganhando salários. Esquecem que Dom Pedro II lutou no Parlamento durante 40 anos para abolir e escravidão, mantida pelos  poderosos fazendeiros. Que o Imperador era fluente em 17 idiomas, tendo traduzido do árabe arcaico para o português as “Mil e Uma Noites”. Ademais, destinava 50 % da  sua renda para obras de caridade. Para preservar o meio ambiente contraiu empréstimo pessoal e comprou     as terras onde está hoje o Parque Nacional da Tijuca. Seus filhos mantinham um jornal abolicionista. Durante o reinado de Dom Pedro II o analfabetismo caiu de 92%  para 56%. E  foi construído o Colégio Pedro II.  A Marinha brasileira ficava atrás apenas da marinha  britânica. Na década de 1880,o Brasil era a 4ª economia mundial, crescia em média 8,8 %  a.a, com inflação de 1,1% ,e tinha a moeda equiparada ao dólar e libra esterlina. Criou-se uma rede ferroviária com mais de 26.000 Km.de ferrovias. A imprensa tinha total liberdade, inclusive para criticar o imperador. Em 1887 recebeu títulos honoríficos em botânica e astronomia pela Universidade de Cambridge. A vida modesta do Imperador se refletia na sua vida em família, onde a Imperatriz Tereza Cristina  era a  cozinheira ajudada por uma só  empregada. Por isso o Brasil Império foi um período de contradições, mas também de grandes avanços. O Imperador deu força para Santos Dumont, custeando os seus estudos. O compositor Carlos Gomes (O Guarani) também recebeu ajuda para desenvolver seus talentos.

Pedro II teve especial carinho em incentivar a ciência e a filosofia, dedicando-se especialmente à astronomia. Essa “vocação ele deixou registrada em seu diário pessoal: ”nasci para dedicar-me às letras e à ciência”. E nem dava tanta importância à sua condição de imperador. Malgrado sua modéstia, recebeu manifestação de admiração e respeito de personalidades e estudiosos como Graham Bell, Charles Darwin, Victor Hugo, Friedrich Niezsche, Richard Wagner, Louis Pasteur, dentre outros. Também foi considerado por muitos historiadores como “o maior de todos os brasileiros.  Sem dúvida o Brasil Imperial foi um período de muitas contradições, mas também  de avanços ousados.

Minha conclusão pessoal é que, apesar de monarquista, Pedro II foi o maior democrata de todos os chefes de Estado brasileiros. Isso porque a democracia não se faz com discursos, sentenças de juiz, inscrição em partidos ou  autoproclamação. Democracia se faz com práticas democráticas. E Dom Pedro II praticou democracia mais que  qualquer outro. Matando  a cobra e mostrando o pau: seu “protegido”, o imortal compositor Carlos Gomes, fez amizade com o “anarquista” italiano Giovanni Rossi, escritor e agrônomo, que desejava instalar no Brasil uma comuna experimental baseada em premissas anarquistas. Carlos Gomes intermediou um encontro entre Rossi e o Imperador. Pedro II sensibilizou-se com o pedido e ofereceu terras aos anarquistas, consistentes em 300 alqueires no oeste do Paraná, mesmo porque havia interesse em povoar terras distantes. Nessas terras foi instalada a COLÔNIA CECÍLIA, povoada pelo grupo de anarquistas. Mas  a doação não se consumou. O Império caiu, intalou-se a República, com deposição de Pedro II, e a República não validou os últimos atos do Império. Rossi não se abateu e comprou essas terras. Mas a Colônia Cecília não deu certo e acabou dissolvida e misturada entre os demais imigrantes proletários que desembarcavam na costa brasileira. O  gesto democrático exacerbado de Pedro II está na oferta de terras para colonos anarquistas que certamente não iriam se submeter à autoridade do Imperador, ou seja, doando terras para inimigos em potencial.

Terminei sobre Dom Pedro II. Vamos começar com Lula.

Lamento meus amigos, preciso de ajuda. Procurei, procurei, vasculhei a memória, e nada  encontrei. Só encontrei nos jornais mais antigos  muita notícia da roubalheira havida do  erário nesse período, muita corrupção, uma tal, “bolsa família”, cheia de poeira, e uma operação da P.F      e do M.P. chamada “Lava-Jato”, no lixo de autoridades. Mas quando e se eu descobrir alguma coisa, volto e termino.

Os textos publicados não refletem a opinião do GPC e são de total responsabilidade de seus idealizadores. 

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